Monday, June 01, 2009

Primavera Sound – o balanço necessário.


3 dias de festival e um de “festivo” depois, o balanço impõe-se.

Com mais um cartaz de arrasar, o festival deste de ano bateu todos os recordes de afluência de público. A ajuda proporcionada pelo contingente estrangeiro tipo guiri rondou uns bons 40% e fez com que as cifras da assistência subissem acima dos 80 000 ou mais. As bandas também foram pouquinhas, 181 para ser mais preciso e segundo as minhas contas podíamos ter visto 8,95 minutos de cada uma delas, mas não nos apeteceu.

A crítica na imprensa foi simpática com tudo e nós nem tanto.

Posto isto vamos ao clássico top a chamaremos de:

TOP PRIMAVERA SOUND

O melhor de primavera sound

1. Só gajas.


2. lightning bolt


3. A morte de andrew bird em palco, acidentamente atingido pelos seus
megafones rotativos enquanto distraidamente assobiava para o lado.


4. Stage dive do vocalista dos jesus lizard, um senhor já para cima da meia idade e que canta quase tão bem como o Kazuza.


5. Voltar para a casa a pé e inesperadamente (out of the blue) voltar ouvir o coachar das rãs numa noite de verão.

6. Shellac


7. o prazer de estar a ouvir musica altíssima com os tampões para os ouvidos distribuídos à entrada. É como ouvir música na casa de banho, mas com muita gente ao lado.

8. Subir até à entrada do festival com o edifício do fórum ao nosso lado e a musica de fundo, chegar ao cimo e ter como prémio as vistas para o mediterrâneo.

9. Sonic youth, Art brut, Yo la tengo
10.
Sun oooo)))) lê-se “sun”. Uma banda que toca em frente a uma parede de escalada toda feita em amplificadores e no meio de uma neblina muito, muito densa. Vestem-se como os monges do vídeo atmosphere (joy division) e o seu som produz tal vibração que as calças faziam cócegas nas barrigas das pernas.

Não são humanos.

11. O “garage sale” que o Neil Young montou no palco “estrella”. Toda uma panóplia de instrumentos e aparatos musicais do séc. XIX todos forrados a madeira, amplificadores incluídos, e que ajudavam a criar um ambiente rústico e acolhedor. Parecia mesmo o Canada. Adorei a estátua do índio iluminado, mas pessoalmente preferia que tivesse trazido um “totem”.

12. O poder implícito no saber que somos muitos.

13. Perguntar ao ex-vocalista dos pulp se era o jarvis cocker. Depois apercebi-me que tinha acabado de fazer uma pergunta existencialista, não fiz mais que questionar a sua mais profunda entidade com uma questão directa ao fundo do assunto: tu és mesmo tu? Ele, como aparenta andar perdido na vida, respondeu que não.

14. Depois de múltiplas queixas por parte das bandas, a organização voltou a subir os níveis dos decibéis e muito bem. my bloody valentine foi bom, mas aliado ao som mais potente e límpido jamais escutado fez com que agora seja possível adormecer com a companhia agradável do zunido no ouvido durante as próximas semanas.

15. Toquei no jarvis cocker.

O pior de primavera sound

1.       Toquei no jarvis cocker.

2. Preços de tudo e mais alguma coisa. Desde a entrada à cerveja passando por algumas coisas que se comiam mas que não sei bem o que eram, nem mesmo a julgar pela forma.

3. Ter perdido: michael nyman, aphex twin, a certain ratio.

4. Todas as bandas que tenham como vocalistas gordalhufos com mais pelo que pele e se intitulam de Fucked Up em vez de Buda Bear Dancing In Shorts.
5. O meu guarda roupa.
6. Andrew Bird não morreu, mas é sempre bom sonhar...

7. Todas as bandas que tocam acústico no meio num mar de noise.

 

Fim do top.

 

Mensagem a reter do festival:

 

 CAN YOU HEAR ME NOW!!!!!

 

1 comment:

vintage said...

Se a inveja pagasse impostos...
Para o ano deve haver mais (para quem for).

A propósito do senhor Jarvis, pelos vistos é fã do Tigerman, tanto que o convidou para fazer algumas datas da sua digressão europeia.