Coño
Tenho problemas com o espanhol. Não gosto especialmente da língua, leio pouco em espanhol (excepto poesia) e não falo espanhol nem para comprar água no Kalahari.
Reparem que não tenho nada contra a Espanha e os espanhóis, nem me apanham a escrever coisas contra o «perigo espanhol» (é o mercado, estúpido); simplesmente me dou mal com o castelhano.
Talvez isso tenha alguma coisa a ver com experiências linguísticas. O ridículo do portunhol, as séries americanas dobradas na TVE («Espencer, detective privado»). E com os títulos. Ai os títulos.
Acho que já contei que descobri o Mein Kampf numa versão espanhola que se chamava naturalmente Mi Lucha. O sinistro panfleto nazi, agreste e tudo («Kampf»), transformado numa simples putéfia espanhola (a Milucha).
Depois os pintores: esse misterioso «Durero» que afinal não é andaluz mas o alemão Albrecht Dürer; esse mestre incógnito, «El Bosco», que afinal é Hieronymus Bosch e não um aguarelista primo de Mota Amaral.
E finalmente o inadjectivável Wuthering Heights degradado e arrojado pelo chão como Cumbres Borrascosas.
É de mais. Irra. Ou antes: coño.
(Pedro Mexia)
Monday, October 08, 2007
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