Sunday, December 23, 2007

Dif mag

Há por aqui artigos que podem (eventualmente) ter algum interesse... principalmente para quem tenha insónias!

Saturday, December 22, 2007

Revisão da matéria dada ( 2007 rewind - Best Of )

- Canção Nacional: "Down By Flow" (Micro Audio Waves)

- Canção Internacional: "Someone Great" (LCD Soundsystem)

- Disco Nacional: «Shangri-La» (WrayGunn)

- Disco Internacional: «Hvarf/Heim» (Sigur Rós)

- Compilação: «Most Of The Remixes (...)» (Soulwax/2manydj's)

- Editora: Ed Banger

- "Live-act": DJ Shadow @ Summercase (Barcelona)

- Concerto: Chemical Brothers @ Summercase (Barcelona)

- Festival: Summercase (Barcelona)

- DJ7: Boys Noize @ Paredes de Coura

- Filme Nacional: "O Capacete Dourado" de Jorge Cramez

- Filme Internacional: "Control" de Anton Corbijn

- Sítio: www.last.fm

Musiquinha da época

Com os votos do costume!

Friday, December 21, 2007

Feliz Natal e Bom Ano Novo 2008

Vamos cantar as janeiras
Vamos cantar as janeiras
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas solteiras

Vamos cantar orvalhadas
Vamos cantar orvalhadas
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas casadas

Vira o vento e muda a sorte
Vira o vento e muda a sorte
Por aqueles olivais perdidos
Foi-se embora o vento norte

Muita neve cai na serra
Muita neve cai na serra
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem tem saudades da terra

Quem tem a candeia acesa
Quem tem a candeia acesa
Rabanadas pão e vinho novo
Matava a fome à pobreza

Já nos cansa esta lonjura
Já nos cansa esta lonjura
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem anda à noite à ventura


Zéca Afonso

Thursday, December 20, 2007

Oh L'amour!

...c'est fou ou quoi?
Foi mais ou menos assim que reagi quando vi e ouvi isto!
Mas já imaginaram a "potencial" primeira-dama que a França poderá ter?

Oh L'amour, l'amour...

Monday, December 03, 2007

fui e já não volto
como esse balão que se escapa
fio que ainda se sente

o trabalho levou-me
numa nau branca
nem mar nem candomblé

um homem sentado
em varizes de riqueza
o rei do seu pc

patrocínio climático
prisão sem recreio
caixão de prata

Friday, November 30, 2007

Som una Nació i diem PROU!

EXIGIM EL TRASPÀS DE LA XARXA DE TRANSPORTS I D'INFRAESTRUCTURES A LA GENERALITAT DE CATALUNYA

EXIGIM PRIORITZAR LES OBRES I SERVEIS DE MOBILITAT BASATS EN EL FERROCARRIL, EL TRAMVIA I DEMÉS SISTEMES DE TRANSPORT PÚBLIC, TANT A L’ÀREA DE BARCELONA COM AL CONJUNT DEL TERRITORI CATALÀ

EXIGIM LA PUBLICACIO DE LES BALANCES FISCALS ENTRE CATALUNYA I L'ESTAT ESPANYOL

EXIGIM QUE LA GENERALITAT DE CATALUNYA RECAPTI I GESTIONI TOTS ELS NOSTRES IMPOSTOS

Manifestació 1 de desembre de 2007
17:00 hores a la Plaça Catalunya de Barcelona

Eu vou estar a trabalhar como voluntário na manifestação e animo todos a participar.

Espero a vossa solidariedade com a luta do povo catalão, de que afinal somos também parte, pelos menos se assim nos quisermos sentir.

Thursday, November 22, 2007

Duelo ibérico

Amanhã (sensivelmente a esta hora), Portugal pode (continuar a) fazer história.
Para ver aqui.

Wednesday, November 21, 2007

Fala-se por aí de gengibre confitado e de xerovias com maionese de laranja e pergunto-me: se ainda se usa bibe na escola, se a mãe já vai ao futebol ou se o pai ainda usa bigode.
Sim, já sei que quando chegaste sentiste a necessidade de apetrechar o guarda-roupa e no verão ao despir-te destoava o pêlo farto no peito. A coisa muda de figura quando se içam bandeiras com as côres deturpadas, como aconteceu no euro com as de fabrico chinês que traziam assadores em vez de castelos.

Eu sei que vivemos num país de excêntricos cozinheiros (que até fazem mousses de fumo) e que não somos tão maus como nos pintam (fruto de amostras deslocadas do passado), mas parece-me que devemos traçar uma linha fiel a nós próprios quando de divulgação de culturas se trata.

Wednesday, November 14, 2007

Super Bock Super Blog

Como diria o Finto da Costa, isto é melhor que beber, penso eu de que....
Na verdade não sei se nos devemos propôr. O pior que pode acontecer é termos os nossos votos e nem mais um, mas quero pensar que , se calhar, poderia acontecer o melhor: a Tugolândia encontrar um espaço de informações sobre BCN, encontrar com quem trocar opiniões e/ou conselhos sobre "quéquicom" por cá. Sei lá, querido tá a ver? Podiamos encontrar audiências novas, expandir mercados, montar um franchising, abrir uma delegação em Tóquio e fazer o que não faz quem devia (leia-se Fundació Catalunya-Portugal) - promover os intercâmbios entre cá e lá, de outra maneira e tudo, heing?
Assim tal e como anda o carro, nem com uma junta nova (de bois, digo, a junta pró carro) andará ( o carro, claro).
Vamos aproveitar que estamos, pelo menos em teoria, mais livres dos espartilhos mentais Tugolandeses, participemos num con-curso de bebedores de cerveja e aficionados aos mesmos, para, quais messias, darmos uma nova luz ao mundo (a conta da luz a cargo do patrocinador, senão, não).
Não especificam prémios, mas tenho a certeza que os nossos amigos da "Casa Portuguesa" teriam todo o prazer numa festa da cerveja patrocinadora (tudo à borla e que tragam também bifanas, bolos de bacalhau e rissóis de camarão), ou então poderiamos fazer uma festa estilo "Celtic de Glasgow" com garantias de qualidade muito superiores - sem saias, certo (ou querem lá ver que há por aí um mirandés a sério, que já era o "máximo"), mas com a nossa tradicional bonomia, sardinhas assadas e caldo verde.
Este posting está a ficar cada vez mais estrafalário, mas tenho estes apetites de disparatar (paratar, já disse), e em resumo voto a favor, seja qual for a decisão que alguém tome, qualquer decisão que tome quem tome, eu voto a favor. Ou contra se o decidinte assim o desejar, já que sei que posso ser uma companhia indesejada em determinado tipo de votaçoes.
Disponham sempre (100€ por hora disposta, posta, já disse).
Ponham cá o v. pézinho (de coentrada se possivel) ou então não.

Sunday, November 11, 2007

Super Bock Super Blog Awards

Acham que esta casa tem categoria a mais para um concurso como este?

Saturday, November 10, 2007

Wednesday, November 07, 2007

Links impactantes?!

Onde se enquadra isto nostalgia, futurismo, sci-fi?

Apanhei uns 'meninos' na minha 'aula' a ver isto... e não os pude repreender...

http://www.youtube.com/watch?v=0TibQ_1zH3U

abraços de Scheveningen

Chuck Norris - o mito vive alem fronteiras..

Hoje, entre documentos e endereços web que voavam pelo escritório, passou-me este pelas mãos e não podia deixar de partilhar convosco.. um pouco na sequência da nostalgia criada pelo maravilhoso link que nos deixou ferdinand à uns dias.

Monday, November 05, 2007

Leonor

Leonor, pérola da luso-catalanidade, nascida no passado sábado 3/11/2007 no Hospital del Mar.

Desde o primeiro choro, membro honorário desta Casa de Portugal em Barcelona.

Votos de rápida recuperação da mãe e as maiores felicidades para os 3.

Corajoso acto de concepção além fronteiras: têm todo o nosso apoio!

Há cheiro a fralda e festa. Lancem-se foguetes, assem-se leitões!

Friday, October 26, 2007

Para os mais nostálgicos das duas rodas...

O meu pai (e por inerência familiar, eu), tem uma Famel igual à que está aqui!

Monday, October 22, 2007

(Pouco) elementar, meu caro Watson.

Na linha da frente para ganhar este prémio, já há quem aposte forte neste senhor da ciência. A ver vamos, um destes dias...

Sunday, October 14, 2007

oh ruiziiiiinho!!!...

A participação lusa no rally da Cataluña... menos rápida mais segura... valeu-nos um lugar no pódio do grupo N (3º lugar) e um 39º lugar na geral... nada mau...

Monday, October 08, 2007

Martini Legends 75 anos de Montjuic



O circuito de montjuic vai voltar a receber os bólides de outrora. Há 30 anos que não se fazem corridas no mitico circuito urbano de Montjuic. E aí estão eles os velhos F1, F2, Sport prototipos a voar pela montanha.

Evento a não perder, nos dias 13 e 14 de Outubro. Os carros ficarão expostos na FIRA.

Vistam-se com rigor setentão, exagerem nas patilhas e na maquilhagem. Vemo-nos lá.
conheces aquelas sandes que sabem a rally?
em que o queijo é mau
e o espectaculo é bom?
Comi-as no sábado, estavam uma maravilha.

underground?!

1978: ano 20_tage

...e já lá vão 29 (parece que foi ontem)!
Que venham (pelo menos) outros tantos!

Saúdinha! À minha e à vossa!


(Nota aos (não) leitores: este momento só se voltará a repetir dentro de exactamente um ano, mais hora menos hora...)

A língua espanhola vista por um português

Coño


Tenho problemas com o espanhol. Não gosto especialmente da língua, leio pouco em espanhol (excepto poesia) e não falo espanhol nem para comprar água no Kalahari.

Reparem que não tenho nada contra a Espanha e os espanhóis, nem me apanham a escrever coisas contra o «perigo espanhol» (é o mercado, estúpido); simplesmente me dou mal com o castelhano.

Talvez isso tenha alguma coisa a ver com experiências linguísticas. O ridículo do portunhol, as séries americanas dobradas na TVE («Espencer, detective privado»). E com os títulos. Ai os títulos.

Acho que já contei que descobri o Mein Kampf numa versão espanhola que se chamava naturalmente Mi Lucha. O sinistro panfleto nazi, agreste e tudo («Kampf»), transformado numa simples putéfia espanhola (a Milucha).

Depois os pintores: esse misterioso «Durero» que afinal não é andaluz mas o alemão Albrecht Dürer; esse mestre incógnito, «El Bosco», que afinal é Hieronymus Bosch e não um aguarelista primo de Mota Amaral.

E finalmente o inadjectivável Wuthering Heights degradado e arrojado pelo chão como Cumbres Borrascosas.

É de mais. Irra. Ou antes: coño.

(Pedro Mexia)

Sunday, October 07, 2007

Assim vai este projecto de país...

Wednesday, October 03, 2007

Sonar 2005



mais uma...

FICEB '07


Comienza el Festival de Cine Erótico de Barcelona. El XV Festival Internacional de Cine Erótico de Barcelona, que ha abierto sus puertas en el recinto La Farga de L'Hospitalet, rendirá homenaje al actor porno Nacho Vidal con una retrospectiva de los títulos más emblemáticos de su carrera cinematográfica. Una cincuentena de empresas participan en el espacio comercial del Festival de Cine Erótico que mostrará las últimas novedades del sector y exhibirá artículos como pastelería erótica, ropa, películas y juegos. El portavoz del salón, José María Ponce, explica que "la principal novedad de la edición de este año es que se dedica un espacio específico del festival a la mujer, que en los últimos años está reclamando muchos aspectos propios de su sexualidad".

fuente: El Pais

FICEB

frases feitas

sobre a consulta basca de 2008, uma frase catalã:

l'autonomia que ens cal es la de portugal

Tuesday, October 02, 2007

Sugestões da semana

Viernes 05-10-2007 X-WIFE (Pop Bar) SALA 4 - C/Almogàvers, 122 - Barcelona
Apertura puertas:
1.00 h
Inicio concierto:
2.30 h Anticipada: 12 €
Taquilla: 15 € Puntos de venta anticipada: Tick Tack Ticket (902 150 025)

Concierto incluido dentro de la sesión de clubs. Puedes comprar tu entrada anticipada o en taquilla, y tendrás acceso a las 5 salas. Es imprescindible ser mayor de 18 años para asisitir a la sala. Los conciertos en sesión de clubs tienen una duración aproximada de 45 minutos.

La banda lusa X-Wife es uno de los más brillantes representantes continentales del revival disco-punk o dance-rock o electro-rock o synth-punk o cualquier etiqueta con la que quieras definir al choque frontal entre sintetizadores y guitarras. Desde Porto (Portugal), Joao Vieira (voz, guitarra), Fernando Sousa (bajo) y Rui Maia (sintetizadores, batería) emulan a sus héroes de ahora y de siempre -Suicide, The Cure, The Rapture, LCD Soundsystem, Devo, Gang Of Four, !!!- con un sonido afilado y oscuro envuelto en trepidantes ritmos bailables. Consolidados como una de las bandas más prometedoras de Portugal, X-Wife acaban de publicar su excelente segundo álbum, “Side Effects”, en nuestro país y empiezan a convertirse en habituales (e imprescindibles) en nuestros escenarios.


[2] > Concerts > AMIINA DIUMENGE 7 DE OCTUBRE A LES 21:30 h.
Apertura de puertas a las 20:30 h.
Anticipada: 15 € + gastos de emisión (www.iguapop.com, www.serviticket.com, Discos Castelló, Overstocks, Revólver).
Amiina: www.myspace.com/amiina

Además de ser el cuarteto de cuerdas y vocalistas de SIGUR RÓS, estas cuatro chicas islandesas tienen su propio proyecto, AMIINA, que visitará Barcelona por primera vez, presentándonos su trabajo de debut KURR. Un peculiar grupo en el que no hay baterista, bajista, ni guitarrista oficial, sino que todas tocan de todo. Como ellas dicen: "Usamos cualquier cosa para crear nuestra música...salvo el lavabo".

As melhores capas de álbuns de sempre, segundo o Gigwise

O Gigwise resolveu eleger as 50 melhores capas de álbuns de sempre. Entre álbuns antigos e outros mais recentes, a equipa do site elegeu capas que se destacaram pela simplicidade, complexidade, sensualidade ou apenas porque são «terrivelmente assustadoras».

Entre as capas eleitas, encontram-se trabalhos feitos para álbuns dos Radiohead, Smiths, The Cure, Nick Cave, Nirvana, Pink Floyd e Iron Maiden, entre muitos outros. A lista completa pode ser consultada abaixo

1. Nirvana - Nevermind
2. Uriah Heep - Very Eavy Very Umble
3. The Sex Pistols - Never Mind the Bollocks
4. The Clash - London Calling
5. The Strokes - Is This It
6. Beastie Boys - License To III
7. The Beatles – Abbey Road
8. Roxy Music - Country Life
9. Led Zeppelin - Houses of the Holy
10. The Velvet Underground - The Velvet Underground & Nico
11. Sigur Rós - Agaetis Byrjun
12. Supertramp - Breakfast In America
13. Pink Floyd - The Dark Side Of The Moon
14. The Beatles - Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band
15. The Rolling Stones - Sticky Fingers
16. Beck - Odelay
17. Joy Division - Unknown Pleasures
18. David Bowie - Aladdin Sane
19. Dinosaur Jr. - Green Mind
20. Pink Floyd - Atom Heart Mother
21. The Libertines - The Libertines
22. Manic Street Preachers - The Holy Bible
23. The Cure - The Cure
24. Sonic Youth - Goo
25. Prince - Lovesexy
26. The Beatles - Revolver
27. Radiohead - Amnesiac
28. Smashing Pumpkins - Mellon Collie and the Infinite Sadness
29. Marillion - Fugazi
30. Iron Maiden – ‘Number of the Beast
31. Nick Drake - Pink Moon
32. The Stone Roses - The Stone Roses
33. Pink Floyd - The Division Bell
34. Peter Gabriel - Melt
35. David Bowie - The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars
36. Pulp - Different Class
37. Motörhead - Ace of Spades
38. Tangerine Dream - Rubycon
39. Snoop Dogg – Doggy Style
40. The Groundhogs - Split
41. Pixies - Surfer Rosa
42. Nick Cave - Henry’s Dream
43. The The - Infected
44. Thom Yorke - The Eraser
45. Kiss - Alive!
46. The Smiths - The Queen is Dead
47. Ramones - Road to Ruin
48. Nirvana - In Utero
49. Peaches - The Teaches of Peaches
50. King Crimson - In The Court of King Crimson

Monday, October 01, 2007

1 de Outubro - DIA MUNDIAL DA MÚSICA

"A música é a revelação superior a toda sabedoria e filosofia."

Beethoven

Saturday, September 29, 2007

the BEAT is over

La revista BEAT Magazine (antes TRAX), cierra sus puertas.

La revista Beat, da por finalizada su trayectoria debido a la falta de apoyo publicitario. Llorenç Roviras, director de la revista habla sobre el tema: "En junio (2007) se publica el último número de Beat. La dirección de Dancepress nos ha informado de que debe dar por terminado el proyecto. Nos vamos tristes porque se acaba una historia en la que hemos invertido mucho tiempo y energía, pero resignados porque sabemos que la empresa ha postergado esta decisión más allá de lo exigible, buscando maneras de dar a conocer la revista y de hacerla rentable."


...e logo agora que eu ia começar a colaborar com a melhor revista de música electrónica feita em Espanha:(

Mais uma atracção turística em Barcelona (ou entao é só mais uma manif de esquerdas...)

"Per la llibertat de manifestació i expressió", assim reza o lema de mais uma manifestação que acaba de pôr em semi-estado de sítio parte das Ramblas e da Plaza Cataluña!
Como é hábito nestas situações, todos os que moram nas imediações acabam por ver condicionados os seus movimentos: por aqui não, que esta rua está cortada a qualquer movimento; por ali não que vêm mais Mossos d'Esquadra; oh pá, por ali vou dar uma "ganda" volta... Resultado: ficar a ver a "guirilândia" fotografar a nóvel atracção turística de Barcelona até que as coisas acalmem um bocado!

Para a semana deve haver mais, estando ainda o Ajuntament em negociações com os putativos organizadores de manifestações "pelo direito a fazer manifestações" para definirem o mote da próxima. Os "guiris" mal podem esperar!

"It’s good to question authority, because that makes you your own person, if you can rally those thoughts”

Wednesday, September 26, 2007

os Público

Depois do www.publico.pt agora www.publico.es.
Não se trata da internacionalização lusa do nosso jornal, mas de um novo diário que hoje se estreia à venda nas bancas espanholas.

Progressista e concebido em Madrid terá distribuição em toda a Espanha, é orientado à plateia de centro esquerda.
Custando 50 cêntimos, o el Público irá oferecer nas próximas semanas 6 filmes em DVD na compra do jornal .

Serei o único a pôr em causa a originalidade do nome? Haverá mudança de mãos da empresa portuguesa?

ps: Os catalães já redigem em dois idiomas recorrendo apenas a tradução automática (o el periodico na sua edição catalã e castelhano)... uma fusão noticiosa dos dois países não seria de estranhar. Respeitando as especificidades naturalmente.

Tuesday, September 25, 2007

Só "trips" químicas!

- Trip 1

- Trip 2

- Trip 3

Cada qual com(a) sua...

Monday, September 17, 2007

no comments

o espírito é outro

Portugal beat the All Blacks
Not many people will know that Portugal in fact did manage to beat New Zealand on Saturday, but only in a impromptu football match between the sides after the rugby was done and dusted.

Byron Kelleher, Richie McCaw and Dan Carter had all been rested for the Pool C clash, but were among those who challenged the Portuguese to a game of football after the final whistle had blown at Stade Gerland.

Despite Carter starting up front, with McCaw in midfield and Kelleher in the back four it was Portugal who emerged 2-1 victors, a result which will go some way in avenging the 108-13 score in the rugby.

It is not unusual for reserves and non-playing members of the squad to take part in fitness after a game, so throw in a football, and there was a great recipe for a light hearted moment that just shows how powerful sport can be.

Portugal swarmed all over the All Blacks and dominated for the most, with Pedro Cabral showing some fancy footwork, and McCaw, for once, was left in his tracks by the skilful Portuguese. The All Blacks did have one secret weapon however, Sitiveni Sivivatu, although he could not do enough to save the game.

The match ended 2-1 in Portugal's favour, but the fat lady had not yet sung on the field of football as the two teams had a small break, before reappearing for the next round.

fonte



hoje e de graça

Nouvelle Vague - 20h30 CCCB


info

ordenanza

barcelona soma e segue, na contínua perda de liberdades outrora o estandarte da cidade -já lá vai o tempo em que o Manu dedilhava feliz guitarras, sentado no chão, a descansar de um joguinho de futebol espontaneo, ali na rua... Ou dos célebres locais ilegais que passavam de boca em boca e chegariam (não se enganem) aos ouvidos das autoridades! Na altura mais permissivas e pensariam tão mal destes sítios como de todos os outros...(excepto no que toca a impostos..ora!)

as alterações climáticas na ordem do dia, o aumento de ciclistas, de bicings, de pessoas sensibilizadas a enrolar quadros de bicicletas e colocá-los ao lado do pc da empresa... e eis que se detectou que tanto fernesim ciclistico estava a colidir com a sociedade civil. E aí estão elas um conjunto vasto de normativas a cumprir. Pois é leiam bem, porque a partir de hoje começa a caça à multa.

Quantos anos acham que vai demorar até fazermos a ITV anual obrigatória às nossas bicicletas? ou o seguro obrigatório; ou imposto de circulação ou matrícula camarária (antes tínhamos em portugal...talvez por isso houvesse tão poucas) ou o capacete?... não será assim que ajudarão a proliferar veículos não poluentes.

Wednesday, September 12, 2007

Notas de Paredes de Coura '07

Umas semanas depois de mais uma edição de Paredes de Coura (o festival onde as palavras "rock" e "bucólico" andam de mãos dadas) fica uma avaliação (meramente quantitativa desta vez) daquilo que por lá passou (e encantou, uns mais que outros...).
Para o ano há mais, desta feita logo no início de Agosto... e com/sem (riscar o que não interessa) a chuva que já faz parte do "cartaz"!

Dia 12 (Recepção ao campista) - e quem não faz campismo, será que não tem direito também???

Palco After Hours
- Sizo (14)
- Devotchka (15)
- DJ Fra (13)
- Simian Mobile Disco (só veio uma metade do dúo, o que sabe sempre a logro...) (14)


Dia 13

Palco Ibero Sounds
- Slimmy (14)
- The Blows (15)

Palco Heineken
- New Young Pony Club (14)
- Sparta (13)
- Mando Diao (cancelados) - e duas miúdas suecas que vieram de propósito para os ver, coitadas...
- Blasted Mechanism (14)
- M.I.A. (15)
- Babyshambles (13)

Palco After Hours
- Crystal Castles (12)
- Guns N' Bombs (17)


Dia 14

Palco Ibero Sounds
- Mundo Cão (15)
- 6 PM (13)

Palco Heineken
- Spoon (13)
- Gogol Bordello (17)
- Architecture In Helsinki (15)
- Mão Morta (16) - e não (segundo fontes mais que fidedignas), não foi o último concerto da banda sem a qual o rock nacional não era aquilo que é...
- New York Dolls (12)
- Dinosaur Jr. (15)

Palco After Hours
- Foreign Islands
- DJ Jean Nipon
(provavelmente devido à chuva abundante que caía a essa hora, não me lembro muito bem deste after...)


Dia 15

Palco Ibero Sounds
- The Right Ons (13)
- Born A Lion (17)

Palco Heineken
- Linda Martini (16)
- Electrelane (15)
- Sunshine Underground (16)
- Peter, Bjorn & John (16)
- Cansei de Ser Sexy (15)
- Sonic Youth (15)

Palco After Hours
- U-Clic (12)
- Boyz Noise (17)

Tuesday, September 04, 2007

1ª pess. plu. pret. perf. ind. de ir

Não acredito que tenha existido imponência inocente. Vou fingir que sim. Não consigo deixar de olhar para as paredes, para a altura dos tectos ou pasmar com a dimensão das divisões. E como ainda me perco menos no Raval que na baixa de Lisboa, as noites facilmente ficam com pinta de filme. Lá chegámos subindo escadas em prédios de luz apagada, cordões vermelhos limitando acessos, guiados por frestas de porta iluminadas. Exacto, é aqui! Recebem-nos sorrisos como se fossemos amigos mas a conversa destapa as preocupações de quem gere um estabelecimento às portas do fim (os desgostos sempre incitam amizades). E se o fim teve o inicio em 1842, o espisódio toma contornos de inverosimilhança.
Ainda não tinha chegado à varanda, outra mini a pr€ço de não sóc1o. Atravessamos duas mesas de bilhar, sentamos os antebraços no frio do mármore e calamo-nos de admiração.
Este sitio espera-vos, e ainda que consciente da minha ignorancia duvido que haja mais como este... Eles precisam de vocês para que tudo continue simplesmente a ser.

http://www.PetitionOnline.com/GREMIO/

Façam o que vos compete, e espero que ainda vos seja possível conhecer, tal como tem sido, o Grémio Lisbonense.

Wednesday, August 22, 2007

"Meu pobre Portugal, há 800 anos a resistir às seduções de uma Espanha irresistível"
Miguel Torga

(citado por Manuel Alegre na inauguração do monumento ao escritor em Coimbra)

e acrescenta:
"o iberismo de Miguel Torga não põe em causa aquilo a que ele chamava a sua pátria cívica, nem a viabilidade e independência de Portugal, que é um dado adquirido".

>>


Monday, August 20, 2007

Adéu Xirinacs

BEM VINDOS

Estávamos todos à vossa espera...

A ver se um dia destes fazemos uma sardinhada ou similar do blog, que lhes parece, "companys"?

Alguns ainda nem sequer fomos de férias, mas não se preocupem, alguma coisa boa de aí há de sair.

Aproveito para juntar aqui, para os que, como eu, se sentem ligados a esta nova pátria escolhida, a carta de despedida do grande lutador Lluis Maria Xirinacs...

"En ple ús de les meves facultats
marxo
perquè vull acabar els meus dies
en la soledat i el silenci.
Si em voleu fer feliç
no em busqueu.
Si algú em troba
li prego que,
estigui jo com estigui,
no vulgui ell pertorbar
la meva soledat
i el meu silenci.
Gràcies!



ACTE DE SOBIRANIA

He viscut esclau setanta-cinc anys
en uns Països Catalans
ocupats per Espanya, per França (i per Itàlia)
des de fa segles.
He viscut lluitant contra aquesta esclavitud
tots els anys de la meva vida adulta.
Una nació esclava, com un individu esclau,
és una vergonya de la humanitat i de l’univers.
Però una nació mai no serà lliure
si els seus fills no volen arriscar
llur vida en el seu alliberament i defensa.
Amics, accepteu-me
aquest final absolut victoriós
de la meva contesa,
per contrapuntar la covardia
dels nostres líders, massificadors del poble.
Avui la meva nació
esdevé sobirana absoluta en mi.
Ells han perdut un esclau.
ella és una mica més lliure,
perquè jo sóc en vosaltres, amics!

Lluís M. Xirinacs i Damians
Barcelona, 6 d’agost de 2007"


Grácies company, un dia viurem en país lliure....


Enfim, voltamos de férias e tiramos os blogs das ferias, continuam muitos telemoveis indisponiveis sinal que os donos ainda calçam chinelas além-fronteiras.

Contam-nos que por aqui o verao catalao foi fraco, e estranham-nos a cor da pele, esperando que descrevamos um destino exótico trans-atlantico, mas nao, fomos só ali.

Nos próximos dias tudo irá voltar ao normal (ou ao anormal conforme a perspectiva), o metro passará a ir mais carregado, o bronze mais apagado, os colarinhos mais apertados, e esta vontade cruel de nao querer trabalhar ir-se-á desvanecer e sorriremos complacentes ao computador e ao girar da colher na pasta do fim do dia, anseando o sábado para descanso.

Tuesday, July 24, 2007

Cinema i Bany - si us plau!

o sol parece já vir a pique, são 9 da manhã.
na noite mal dormida,
a saudade de outros festivais,
bem mais refrescantes
"cinema i bany"
nas piscinas picornell.


1993-2004 "cinema i bany"






e lá vimos o Taxi Driver às 2 da manhã, filme acabado às 4am e até às 6 fomos olímpicos.


Sailing over
Coney Island
Twinkle twinkle Uncle Floyd
We were dumb
but you were fun, boy
How I wonder where you are
Oo-o
Sailing


Slip Away - David Bowie (Heathen)

Sunday, July 22, 2007

SUMMERCASE 07 - Impressoes Digitais (II)

Sábado, 14

- The Hours
Os The Hours, novo projecto de Anthony Genn (antigo membro das Elastica e Pulp) e Martin Slattery (ex-Black Grape), sao um quinteto bem oleado, cuja sonoridade (nao sendo de todo muito original) anda à volta do rock mais melódico e algo épico (grandemente devido ao ambiente imprimido por um piano à Manic Street Preachers). O vocalista faz uso de um timbre de voz deveras interessante, ao mesmo tempo que utiliza a guitarra para provocar um ritmo quase viciante em cada música.
Sao um grupo apadrinhado por esse grande "dandy" inglês, Jarvis Cocker de seu nome (que viria a pisar o mesmo palco horas mais tarde), o que é sinónimo de alguma qualidade.
Resultado: podem nao ser já um fenómeno, mas têm potencialidades para tal.

- Perry Blake
Em pose bastante intimista, este irlandês deu um concerto para os que se dignaram rumar ao palco/terminal S (escassas centenas àquela hora da tarde), acompanhado de dois elementos (um ao piano e outro à guitarra).
Com o tom que lhe é característico, o "crooner" apresentou um alinhamento que continha algumas das melhores cançoes do seu reportório (incluindo do último longa-duraçao "The Canyon Songs").
"Genevieve" (pertencente ao excelente "Broken Statues" de 2000) foi um dos momentos mais intensos pela forte sensaçao de quase transcendência provocada pela voz de Blake.
Claramente vocacionado para espaços fechados e mais acolhedores, uma actuaçao de Perry Blake é sempre motivo para ser vista, pela qualidade das cançoes (com algumas das letras mais emotivas escritas por alguém, cuja traduçao para português já existe por aí numa livraria bem recomendada).
Um concerto para ver e sentir mais vezes.

- Badly Drawn Boy
Concerto dividido em duas partes: a primeira acompanhado por uma banda (composta por 4 elementos); a segunda, essencialmente a solo (à guitarra ou ao piano). Esta segunda parte foi claramente mais interessante, nao só pelo conteúdo/alinhamento apresentado (com o clássico "The Shining" incluído no magnífico álbum de 2000 "The Hour Of The Bewilderbeast", brilhante e cheia de sensibilidade acústica), mas também pela simplicidade e autenticidade que as cançoes ganham (como se estivessem em estado puro, qual diamante por lapidar). No geral, foi algo morno, mas a voz de Damon Gough é uma mais-valia que nem todos podem almejar.
Entre a folk mais intimista e acústica (lembrando algumas fases de Bruce Springsteen) e a pop mais convencional se delineou a sua actuaçao, cujo ponto alto culminou com "Silent Shout" (incluída na banda-sonora de "About A Boy") a encerrar a sua actuaçao.
Com um alinhamento e uma versao das músicas algo mais efusivos e talvez tivesse sido um dos melhores concertos de todo o festival. Assim, foi só bom.

- James
Regresso destes senhores de Manchester às lides dos palcos. Necessidade financeira a falar mais alto? Para os milhares de fans que se concentravam à sua frente, decerto que isso era o menos importante. Mais ainda quando o alinhamento foi (quase) todo ele em regime de "best of". Talvez os concertos devessem ser todos assim. Para ouvir o resto das cançoes que muitas vezes só servem para "encher" no alinhamento, existem os CD's ou discos em casa!
Tim Booth e restantes companheiros ainda mostram estar em boa forma (ao contrário de outras bandas do mesmo período musical) e desfilaram temas como "Tomorrow", "Born Of Frustration", "Sit Down" (o seu melhor tema, que lhes abriu as portas para as "massas", com essa letra anti-solidao que canta: "Those who feel the breath of sadness, Sit down next to me, Those who find they're touched by madness, Sit down next to me, Those who find themselves ridiculous, Sit down next to me, In love, in fear, in hate, in tears..."). Todo um hino pop! Para os mais nostálgicos e fans incondicionais. Pelo meio houve dois singles novos ("Who Are You" e "Chameleon") cuja relevância foi quase nula.
O melhor momento chegaria no final (já no "encore") com "Come Home" transfigurada num som mais que "Madchesteriano", a provocar alguma nostalgia desses tempos idos.

- My Brightest Diamond
O diamante mais brilhante talvez nao seja, mas que pode (e deve) ser muito bem polido, lá isso é verdade.
Projecto de Shara Worden (que fez parte das vozes no álbum "Illinois" de Sufjan Stevens), apresentado em versao trio, a fazer lembrar algumas actuaçoes de PJ Harvey no seu início de carreira. Alguma rudeza nas guitarras, a voz algo dolente e sempre no limite, numa atmosfera de viagem sem destino marcado. A presença (quase fantasmagórica) de Edith Piaff também andou por aqui; mas Patti Smith e Laurie Anderson também ajudaram.
As músicas mais calmas e algo introspectivas tiveram um "feedback" bastante positivo por parte do público, que recebeu com agrado e atençao a folk da artista norte-americana.
Tem vários caminhos por onde seguir. Todos eles muito recomendáveis.

- Soulsavers feat. Mark Lanegan
Uma das parcerias mais interessantes da actualidade, a dos ingleses Soulsavers com uma das grandes vozes do movimento grunge, Mark Lanegan (vocalista dos extintos Screaming Trees). A banda de Ian Glover e Richard Machin têm apenas dois discos lançados (ouça-se o fantástico "It's Not How Far You Fall, It's The Way You Land", álbum que se seguiu ao primeiro "Tough Guys Don't Dance" de 2003), mas sao dos projectos mais interessantes e consistentes para se escutar e ver em palco.
Se juntarmos à base instrumental mais que coesa e que condensa os melhores ingredientes do rock alternativo (Yo La Tengo, Mudhoney), com a voz grandiloquente de Mark Lanegan, o resultado obtido é algo parecido a um "crossover" entre o blues urbano mais escuro e a electrónica mais dramática. Esta mistura entre tecnologia e tradiçao é apresentada em concerto com os elementos em palco discretos mas sóbrios, onde souberam dar uma liçao de como tocar boa música e encher o ego dos ouvintes.
As guitarras sao densas, as vozes "soul" negras (a secçao de coros funciona como um bom contra-ponto à voz, por vezes pantanosa e algo crepuscular, do senhor Lanegan), os ambientes criados sao planantes (a roçar as nossas cabeças e ouvidos).
A fechar a actuaçao, uma versao fantástica de "Some Velvet Morning" de Nancy Sinatra e Lee Hazlewood. Só recomendado para pecadores com amnésia. Do melhor que se ouviu neste dia.

- Dragonette
Mais um projecto oriundo do Canadá (com elementos ingleses pelo meio), um dos "viveiros" mais profícuos em questao de exportaçao de alguma da melhor música feita na actualidade, mas sem a categoria dos seus compatriotas (exs: !!! e The Hidden Cameras, também presentes neste festival).
Quarteto liderado por uma vocalista, Martina Sorbara (que diz ser adepta de praias naturistas), nao vao além de uma pop com laivos algo adolescentes, com reminiscências de Duran Duran, mas sem voz nem base instrumental para se aguentarem.
Pela segunda vez em Barcelona, mas sem convencerem.

- Jarvis Cocker
A voz para sempre ligada aos Pulp (ou será ao contrário?) apresentou-se em palco acompanhado de 5 músicos, que em muito contribuíram para "encher" o som das cançoes do "dandy" inglês cheio de estilo.
Presença habitual por estas paragens, nomeadamente na versao DJ, Jarvis Cocker é um ícone da comunidade "indie" e, como tal, o palco/terminal S estava completamente cheio para ouvir as pérolas sonoras (algumas do último longa-duraçao intitulado simplesmente "Jarvis") deste grande compositor.
Por vezes munido de uma guitarra acústica, é a voz que serve para cativar o público e Jarvis Cocker mantém um timbre vocal intacto (se compararmos com os inícios "Pulpianos"), o que em muito contribui para uma actuaçao completamente reconhecível para qualquer melómano.
Pena ter actuado à mesma hora do "mago" DJ Shadow. Sao assim estes festivais...

- DJ Shadow
Um autêntico "live", com verdadeira recreaçao das músicas inventadas por este génio da electrónica, baptizado com o nome de Josh Davis, mas musicalmente conhecido por DJ Shadow.
Fazedor de um hip-hop plurifacetado e algo erudito, DJ Shadow é muito mais que isto. Ele é um autêntico explorador que conseguiu levar o hip-hop a níveis inimagináveis por volta de 1990, através da sua prodigiosa técnica de collage e pelo seu interesse por ritmos mais abstractos (o último "The Outsider" continua essa busca incessante). Shadow consegue ir a vários estilos dentro da mesma música (do rock mais pesado ou melodioso, ao "scratch" mais corrosivo do rap).
Acompanhado (?!), nao por outros músicos (tal nao era necessário), mas por imagens de fundo reveladoras da intervençao social e política que DJ Shadow pretende transmitir cada vez mais com a sua obra musical.
Com um virtuosismo técnico só ao alcance de muito poucos, DJ Shadow desfruta de uma qualidade de som à prova de tudo (incluindo algum vento que se fazia sentir a essa hora), ao contrário do que sucedeu com a maioria das bandas presentes (e que talvez tenha sido um dos aspectos mais negativos a apontar durante o festival).
Tendo como pressuposto que o melhor álbum de electrónica foi feito por este senhor ("Endtroducing", datado de 1996), é fácil perceber a grandiosidade deste artista.
A mistura deste álbum com as músicas do sucessor "The Private Press" resultou maravilhosa. "Rabbit In Your Headlight", música do projecto conjunto com James Lavelle, UNKLE, apareceu aqui completamente transfigurada, com toques de drum & bass. Foi, de facto, muito positiva a passagem das músicas em nome próprio intercaladas ou misturadas com as do projecto UNKLE (cujo último álbum está já a rodar por aí, "War Stories" de seu nome).
"Organ Donor" foi autenticamente demolidora, com vários arranques até ao verdadeiro êxtase colectivo. Momento maior!
Até aqui, eleito como a actuaçao do dia. Mas ainda estavam para vir uns senhores de Manchester...

- The Twang
Nada de especial a apontar neste concerto deste grupo que parece sacado directamente de Manchester, ano 1989, mas que é, na realidade, da Birmingham dos dias de hoje, a nao ser que decorria ao mesmo tempo que os de The Jesus And Mary Chain e The Gossip. E está tudo dito! Com concorrência assim, nao há quem aguente.

- The Jesus And Mary Chain
Já nao foi mau terem-se apresentado ao público que, em êxtase quase total, esperava pela actuaçao destes escoceses há longos anos. Após o regresso aos cenários no festival californiano Coachella no passado dia 27 de Abril, a expectativa era claramente elevada para saber em que estado musical se encontrava uma das bandas seminais da história da música recente.
Jim Reid até parecia simpático (creio tê-lo visto esboçar um leve sorriso), o que nao significa que nao o seja; talvez seja a "fama" de pouco expansivo que assim o justifique.
Com um cenário em palco entre o negro e o vermelho, perfeito para a paleta sonora pintada por estes senhores de Glasgow, fulcrais para a cena musical "indie" com traços marcantes de "shoegazing". Valem pelo seu reportório único (imenso, nao tanto em quantidade, mas sim em qualidade). E isso é suficiente. Durante a sua turbulenta e algo irregular carreira, os Jesus gravaram peças essencias para o devir da música, como "Psychocandy" (1985), "Darklands" (1987), "Automatic" (1989) e "Honey's Dead" (1992). Nestes álbuns podemos encontrar um sem número de melodias sonâmbulas, distorsao que fere, picos de algum psicadelismo, ritmos programados com pulsaçao pujante, queimaduras de terceiro grau, sexo, religiao, vício e uma sensaçao de perigo que atraía e paralizava qualquer ouvinte. Estes discos serviram para marcar uma década e uma estética sonora durante os anos 80, impondo uma lei de desordem marcadamente "Reidiana".
Curiosidade para comprovar se repetiam o dueto (talvez único) com Scarlett Johansson (presente por estes dias em Barcelona para gravar o novo filme de W. Allen), em "Just Like Honey", tal como sucedera em Coachella.
E nesta altura, o dilema: ver o passado (essencial) da música (The Jesus And Mary Chain), ou o futuro (promissor) da mesma (The Gossip)?

- The Gossip
The Gossip sao um trio vindo do Arkansas (EUA), liderados pela vocalista Beth Ditto e que vieram redimensionar o punk feminista das The Slits e Le Tigre e sao um dos fenómenos do ano, graças sobretudo a esse grande som de "Standing In The Way Of Control".
Beth Ditto é "gigante" e "hiper-cool"! Apesar de ser já uma personagem mediática, tal nao significa que a qualidade da música feita pelo trio norte-americano seja descipiente, antes pelo contrário.
Já com três álbuns debaixo do braço, o último "Standing In The Way Of Control" é sem dúvida aquele que reserva mais expectativas, nomeadamente o single que serve de nome ao disco.
Com uma atitude conscientemente "riot-punk" e um punhado de cançoes excelentes, com um "groove" cativante e completamente viciante, os The Gossip foram um dos vencedores da noite.
Após um início arrebatador com uma "cover"/intro de "Music" de Madonna, é quando se pressentem os primeiros acordes de "Standing In The Way Of Control" que o público entra num motim pacífico. Brilhante final de concerto!
Beth Ditto é já um ícone incontornável (apesar dos seus 22 anos nao o fazer parecer) para muita gente. Onde poderá chegar esta figura?

- Electrelane
Quarteto feminino britânico praticante de pop electrónica com traços variados de algum krautrock de boa casta (Neu!).
Coincidiram com o final dos concertos de The Jesus And Mary Chain e The Gossip, o que em muito contribuiu para que a tenda gigante onde actuavam tivesse o dobro do público que podia albergar.
Entre as Elastica de Justine Frischmann (na atitude), as Chicks On Speed (no "background" feminista e activista) e os Stereolab e, por vezes, as Au Revoir Simone (no tom algo cândido de algumas cançoes, sobretudo as do último "No Shouts No Calls"), as Electrelane sao um dos projectos actuais com mais interesse e que merecem bem a pena uma audiçao cuidada.
Para os que passarem pelo festival de Paredes de Coura na ediçao deste ano, podem ter nova oportunidade de comprovar o talento destas meninas de Brighton e do seu enérgico post-rock.

- Air
A dupla francesa J. B. Dunckel e Nicolas Godin sempre em boa forma (tal como nos habituou desde o seu início, já lá vai mais de uma década).
As melhores cançoes pop (com ambientes por vezes sónicos como "Kelly Watch The Stars", por vezes completamente oníricos como "Le Soleil Est Près De Moi") feitas em França nos últimos anos têm a sua assinatura. A sua electrónica planante é tao delicada, etérea e preciosista que muita gente vê em discos como "Moon Safari" (1998), "Talkie Walkie" (2004) e, sobretudo, na banda-sonora de "The Virgin Suicides" (2000), um passaporte sonoro para abandonar este planeta e começar a voar numa nuvem de algodao perfumado rumo ao infinito.
Ao vivo sao sempre mais que recomendáveis!

- OMD
Mais um grupo mí(s)tico da cena "revival" da elelectro-pop neo-romântica inglesa dos anos 80.
O grupo de Paul Humphreys e Andy McCluskey apresentou um concerto com os clássicos de sempre: da abertura em grande com "Enola Gay", até ao final com o primeiro single lançado pela banda, "Electricity" (editado pela Factory de Tony Wilson), passando por uma das melhores cançoes em formato pop electrónico de sempre "Souvenir" (cuja partilha com o público foi um dos momentos mais altos), deram o mote para um concerto que a banda de Liverpool prometeu repetir em breve em Barcelona.

- Ratatat
Trio de loucos em palco! Na realidade, a base do grupo é o dúo Mike Stroud e Evan Mast, mas é de uma loucura saudável que se trata aqui.
Mike Stroud na guitarra eléctrica, Evan Mast nos sintetizadores e um terceiro elemento no baixo em autêntica (des)harmonia caótica, cujo resultado é completamente surreal. Pop electrónica psicadélica/experimental com laivos de algum "noise" melódico poderá ser uma descriçao aproximada. Fazem lembrar uns Liars (mas menos agressivos) e uns Modest Mouse (em fases rítmicas com melodias fantásticas).
Músicos exímios numa "orgia" sonora algo desordenada, mas que parece sempre ter um fio condutor que cativa cada um dos presentes.
É preciso vê-los e ouvi-los para perceber melhor do que aqui se fala. De Nova Iorque para o mundo: Ratatat!

- Kaiser Chiefs
Início de actuaçao avassalador com o single do primeiro álbum ("Employment" de 2005) "Everyday I Love You Less And Less", a mostrar toda a revolta a ritmo de punk amoroso.
Os Kaiser Chiefs sao já uma banda para multidoes (o que significa que já podem encher estádios); têm cançoes que lhes permitem manter o público em constante delírio e dança.
Com dois álbuns lançados apenas (o último "Yours Truly, Angry Mob" deste ano, menos hooliganesco e bastante mais centrado nas bases melódicas), os Chiefs sao dos melhores intérpretes da cançao pop-rock na versao moderna. Agradeçam-lhes!
"Ruby", "I Predict A Riot" e "Everything Is Average Nowadays" sao verdadeiros hinos que foram cantados e aplaudidos até à exaustao.
Um grande concerto a fechar o palco principal na segunda noite do SUMMERCASE.

- !!!
Tenho para mim (como teoria algo empírica) que todas as bandas que têm duas baterias em palco sao excelentes (exs: Boredoms, Beta Band... e estes !!!).
Poucas bandas formadas neste milénio gozam de uma reputaçao nos seus espectáculos ao vivo como estes nova-iorquinos. Um concerto dos !!! é sinónimo de suor e dança a todo(s) o(s) ritmo(s). Como se de uma sauna transformada em discoteca se tratasse.
O vocalista Nic Offer, trajando os seus calçoes de praia quase ridículos, com os seus trejeitos algo estranhos, move-se convulsivamente. E esses movimentos sao propagados rapidamente a todo o público que vibra efusivamente a cada música deste grupo "enorme" (também pelo número de componentes em cima do palco). O som é funk, é punk, é rock (tudo isto em separado ou ao mesmo tempo); todo ele cheio de muito "groove".
"Myth Takes" veio provar que a prova do difícil segundo álbum só o é para alguns; para os !!!, a alegria e a qualidade contidas no primeiro "Louden Up Now" é aqui mantida, elevando em alguns casos a fasquia do experimentalismo sonoro mais além.
Mais um concerto memorável da melhor banda onomatopaica da história da música!

- The Chemical Brothers
E eis que chegamos ao ponto mais alto de todo o SUMMERCASE 07!
Concerto do outro mundo! Nao é preguiça, é mesmo falta de espaço... (foi a minha única nota escrita no bloco que servia para os apontamentos de cada banda). Mas podia ficar por aqui, porque foi na realidade isso que se passou.
Passada uma semana após a sua actuaçao portentosa, ainda estou a sentir alguns dos efeitos provocados por tamanho acontecimento (e creio que nao passarao tao depressa - venha o próximo concerto desta dupla "química" de Manchester).
Quem esteve lá sabe do que falo. Quem nao esteve, resta-lhes imaginar (ou mais prosaicamente, ir aos sítios do costume na rede global e ter pena de nao ter estado presente).
Os The Chemical Brothers sao a banda perfeita e que melhor exemplifica o próprio conceito de ócio festivaleiro: um reportório ideal para dançar e saltar (seja um adepto do rock ou da electrónica), um dispositivo visual que se pode desfrutar a mais de 200 metros de distância do palco e um poder de atracçao verdadeiramente fora do comum. Tudo isto permite-lhes demonstrar cabalmente ao vivo aquilo que possa ser (algo) discutível em disco. A provar isto, está o último "We Are The Night", a mais recente "poçao mágica" criada por Tom Rowlands e Ed Simmons, que soa ainda melhor ao vivo do que em disco. Com ritmos secos e bem marcados, atravessado por melodias expansivas, "We Are The Night" é um disco que contém frases (breves e muito repetidas) em busca de crescendos nada previsíveis e muito excitantes. Existe como que uma sequenciaçao cinética que confere a todas as cançoes uma envolvente sensaçao de movimento. Para além disso, as colaboraçoes dos Klaxons (em "All Rights Reversed"), Midlake (em "The Pills Won't Help You Now") e do cantautor Willy Mason (em "Battle Scars"), entre outros, sao sinónimos de garantias vocais mais que asseguradas.
E, como os LCD Soundsystem nao tinham tocado a tal melhor cançao deste ano, os Chemical fizeram o enorme favor de nos fazerem "viajar" com esse portento sonoro chamado "Surface To Air".
Se nao existissem os The Chemical Brothers, os programadores de festivais teriam que inventá-los!
Memorável! Para a história (ainda imberbe) do SUMMERCASE!


Nota de fim de post: para além de tudo aquilo que é normal ver nos festivais (cada um saberá do que se trata), este foi o festival onde montes, milhares de "All-Star" (a marca mais vestida/calçada no festival) se concentravam por cada metro quadrado existente. As já clássicas t-shirts de bandas de eleiçao de cada um também abundavam (talvez a tentarem fazer passar a mensagem para um futuro ou alternativo cartaz festivaleiro): dos hiper-utilizados The Clash, Sex Pistols, Ramones e Nirvana, passando por Kraftwerk, Devo, Björk, até Black Flag, AC-DC, Tenacious D e Sigur Rós. Tudo nomes muito respeitáveis, mas nem todos eles muito disponíveis para estas andanças de festivais...

Saturday, July 21, 2007

SUMMERCASE 07 - Impressoes Digitais (I)

A 2ª ediçao do Festival SUMMERCASE vai ficar de certeza na retina e nos ouvidos das largas milhares de pessoas que passaram por lá (nomeadamente em Barcelona, local de que se fala aqui).
Um cartaz com 50 nomes (com a baixa de última hora de Mika, por motivo de doença), repartido por duas noites de forma equilibrada, mantendo uma matriz que se pode resumir da seguinte forma: meia dúzia de nomes como grandes cabeças de cartaz (Arcade Fire, Bloc Party, Kaiser Chiefs, Air...), clássicos intemporais num regresso mais que aguardado (The Jesus And Mary Chain, OMD), confirmaçoes e futuras revelaçoes da cena musical actual (The Gossip, The Pigeon Detectives, Guillemots, The Hidden Cameras, Editors...) e grandes figuras da electrónica (DJ Shadow, LCD Soundsystem, 2manydjs, Chemical Brothers...).
O resultado foi uma enchente massiva de público ávido de presenciar ao vivo todos estes nomes, com muita vontade de festa e com o extra (sem estar, de todo, previsto) de assistir a alguns dos melhores concertos jamais vistos e a autênticos momentos de glória e êxtase (as sensaçoes sentidas ficam à descriçao de cada um).
Foi (de novo) uma aposta claramente vencedora, com (bastantes) resultados memoráveis. Ficam aqui alguns deles.

Sexta, 13

- The Maccabees
Cinco elementos vindos de Brighton em palco a destilarem pura energia e alguma rebeldia sonora, recebida condignamente pelo público presente a essa hora (por volta das 19h30).
Sao uma das novas sensaçoes britânicas (o que por si só nao significa muito), mas estes "putos" que estao em palco têm vontade de "comer" o mundo musical, à conta de "riffs" melódicos acompanhados de uma voz agressiva q.b. (a fazer lembrar, por vezes, Paul Smith, vocalista dos Mäximo Park). O som dos Bloc Party também faz mossa por aqui...
O futuro é já ali ao virar da esquina e espera por eles!

- The Hidden Cameras
Grupo canadiano de fina estirpe liderado por Joel Gibb, cujos elementos em palco (8 + 1 animador que fazia nao sei bem o quê), provocaram a primeira grande festa do dia no palco/terminal E (cuja vista para o Mediterrâneo como pano de fundo era fantástica).
Cançoes pop-rock com um travo de folk, por vezes algo psicadélicas, foram a receita devidamente condimentada para a cerca de 1h30 de espectáculo.
Música para ambiente bucólico, mas que nao destoa no caos urbano (onde foi muito bem recebida).

- Editors
Com pontualidade mais que britânica, às 20h10 os Editors começaram a sua actuaçao, toda ela pautada pelos tons sombrios/festivos (aparente contradiçao assumida pela própria banda de Birmingham) ainda em plena luz do dia.
Com o último álbum "An End Has A Start" ainda acabadinho de sair, os Editors souberam coordenar um alinhamento cheio de bons momentos (como exemplo, "Munich", autêntica ode ao legado Joy Division e ao movimento pós-punk), provocando a primeira enchente no palco principal e o primeiro grande concerto do festival.

-Guillemots
Praticantes de uma pop marcadamente expressionista, os Guillemots tiveram uma actuaçao que teve tanto de entrega por parte da banda, como de aceitaçao estranha por parte de algum do público presente.
O som é elaborado até ao limite, com um resultado que tem tanto de brilhante como de estranho (mas que se vai assimilando progressivamente). Músicas entrecortadas entre si deram um resultado que merece ser visto de novo.

- Lily Allen
Confirmaçao ou nao do "hype" criado à volta desta inglesa, era a expectativa de muita gente que se aglomerava à sua frente e, a julgar pela reacçao da maioria, o "hype" tem mesmo conteúdo e razao de ser.
Artista-chave no panorama "My Space" reinante nos dias que correm, Lily Allen apresentou um concerto repleto de músicas frescas (pertencentes ao seu bem sucedido primeiro disco "Alright, Still", onde funde habilmente refroes pop com refrescantes cadências jamaicanas), a condizer com o seu "look" de vestido branco esvoaçante, num ambiente relaxado e festivo de forma equilibrada e que teve o expoente máximo com o single "Smile", verdadeira música de verao e com super boa onda, seguida de uma excelente versao de "Heart Of Glass" dos Blondie.
Eficaz q.b., mas nao fantástica. Ouve-se bem, o que nao é mau atendendo a algumas críticas menos positivas a esta artista praticante de um reggae/ska, sustentada em palco com um trio de metais e um baixo a fornecerem o "groove" necessário.

- Phoenix
Pela segunda vez a actuarem em Barcelona, os franceses Phoenix apresentaram o seu som de marca, numa linha entre o pop-rock e alguma electrónica dos anos 80.
Demasiada pompa e alguma circunstância podem servir para definir a prestaçao do grupo, com um abuso claro dos "vocoders" nalgumas cançoes, a tocar o irritante.
Têm bastantes seguidores por estas paragens, o que nao quer dizer nada (ou talvez sim, para os elementos da organizaçao). Sao, também, o grupo favorito de Sofia Coppola (nao raras vezes inclui as suas músicas nos seus filmes); o facto do vocalista ser seu marido nao deve ter nada a ver com isto...
Para ouvir, ver e seguir para outro palco (onde actuava a senhora PJ Harvey).

- PJ Harvey
Cheio! Demasiado cheio o palco/terminal (neste caso era uma tenda gigante, que se revelou ser pequena demais) onde PJ Harvey deu o seu único concerto por estes lados (na realidade, os concertos do SUMMERCASE em Madrid e Barcelona foram os únicos anunciados para o corrente ano, com excepçao de outro dado em Manchester alguns dias antes deste que aqui se fala).
Polly Jean a solo! Polly Jean é "grande" e a sua voz (acompanhada por uma guitarra e piano tocados alternadamente por ela) chegam para preencher o palco.
Polly Jean é bela! Polly Jean tem uma presença em palco única, com um charme inigualável.
Polly Jean é um dos animais de palco mais intimidantes, viscerais e perturbantes que o rock viu nascer na última década.
Música em estado puro: voz e guitarra (e as palmas do público).
"4-Track Demos" e "Dry" sao os discos em estado de evidência, em termos de crudeza de som ao longo do concerto. "Rid Of Me" é um daqueles clássicos que vem com a palavra "intemporal". Genial!
O próximo disco, "White Chalk", com data de saída prevista para Setembro próximo, vislumbra uma sonoridade algo mais polida, com o piano e a harpa a serem instrumentos de eleiçao nas novas cançoes.
Em contra: nível de som paupérrimo.

- The Flaming Lips
"Grandes"! Este grupo de Oklahoma é uma das maravilhas do mundo musical. Movem-se num universo muito pessoal criado por esse génio, de nome Wayne Coyne.
Antes foram punks. Hoje sao a quintessência do rock mais emotivo, aquele que atinge directamente o mais profundo de cada um e que faz parar de sentir tudo à nossa volta.
"Finally The Punks Are Taking Acid" e "The Soft Bulletin" sao (apesar de estética e musicalmente diferentes) obras maiores da história recente da música. Os The Flaming Lips, cientes disso mesmo, deram mais um concerto de antologia, onde o seu desempenho (tao festivo como lírico), foi acompanhado pelos já tradicionais baloes gigantes, marcianos, Pai Natal, imagens de Teletubbies e explosoes nucleares e sangue, uma bola gigante (que serviu para Wayne Coyne andar sobre o público) e confetis (muitos confetis) a darem o tom onírico à sua actuaçao.
Confesso: a primeira e a segunda vez que os vi foram experiências únicas (e sem a ajuda de nenhum aditivo mais psicadélico)! A terceira nao foi excepçao.

- The Whitest Boy Alive
Uma das metades dos noruegueses Kings Of Convenience (Erlend Oye) em pose electro-acústica, a debitar algumas das melhores cançoes pop feitas em nome próprio.
Para ver e ouvir noutro local e ambiente mais acolhedores.

- Arcade Fire
Por mais palavras que existam, sao poucas para descrever o que é assistir a um concerto deste "combo" de art-rock, apresentando as suas "tragédias sónicas". A partir daqui estao avisados.
Para muitos, o principal nome de todo o festival. Nao sao velhas glórias nem novas promessas; estes canadianos sao, actualmente e quase sem margem para discussao, a banda contemporânea de rock em melhor estado de forma e que, a cada álbum que lança, escreve uma nova página da história da música. Existem, actualmente, poucos grupos que sejam tao consensuais em relaçao à sua qualidade (quer em disco, quer ao vivo) como os The Arcade Fire (grupo guiado por Win Butler e a esposa Régine Cassagne).
O mais recente "Neon Bible" veio provar à saciedade que "Funeral" nao foi um momento único de criaçao genial por parte deste septeto (que em palco sobe para 10 elementos, num alegre elogio da anarquia e desordem sonora) de Montreal que devolveu uma certa alma perdida à música, condensando décadas de alguma da melhor música popular (do punk ao pós-punk, do blues à folk, passando pelo glam-rock de David Bowie, em cançoes imensas que aliam melodias inflamadas, especialidade de Butler, com arranjos orquestrais que servem a Cassagne para dar rédea solta à sua formaçao clássica). As suas cançoes sao imensas, nao só pela sua excelência, mas também pelo seu "corpo": abrasivas, exuberantes, mais grandes que a vida, assaltando por completo os sentidos de cada um. Os The Arcade Fire sao um caso raro de grandiosidade eloquente no rock. Sao "enormes", em qualquer sentido artístico. Tao simples (ou complexo) como isto!
O impulso dominante no palco é o de uns músicos que intercambiam constantemente e sem nenhum tipo de problema de instrumentos (às vezes dentro da mesma cançao). Vozes, coros, ruídos de megafone, guitarras, pianos, violinos ou xilofones convivem entre si com amor para conseguir algo, no final, parecido a uma catarse colectiva.
Seguramente um dos melhores concertos de todo o SUMMERCASE 07, a actuaçao dos Arcade Fire foi um autêntico monumento no que toca à emoçao colectiva que conseguiram transmitir. As suas músicas (hinos para todo o sempre, acreditem) sao por si só geniais, onde os elementos orquestrais ganham uma dimensao quase indescritível. O conceito de orquestra rock (dado o número de elementos em palco e o tipo de instrumentos tocados) nunca teve uma designaçao tao perfeita.
O título do novo álbum é, porventura, uma fina ironia, na medida em que é de um acontecimento quase bíblico em tons de néon que se trata, quando falamos de um concerto destes senhores. O tom épico e magistral das suas orquestraçoes dao o mote a quase todo o concerto, com um nível tao alto onde é difícil destacar momentos, com direito a um "encore" de duas músicas (completamente insuperável o final com "Wake Up").
Quando se (re)escrever a história da música, a letra "A" vai ter à cabeça os The Arcade Fire. Nao se esqueçam de que estamos a presenciar o nascimento e evoluçao da melhor banda surgida neste século XXI (até à data)!
Toda uma experiência mágica, bela, verdadeiramente indescritível! A repetir vezes sem conta!

- The Pigeon Detectives
O rock está-lhes nas veias em doses mais que apreciáveis; sao mais um dos projectos vindos da fornada rock inglesa que desembarcam na Europa Continental para demonstrar o quao vibrantes sao ao vivo.
Como todos os "hypes" criados (sobretudo por semanários ingleses), há uns que têm mais substância que outros; estes, claramente, têm tudo a seu favor: atitude contagiante, cançoes construídas à medida da voz do seu vocalista (incansável durante toda a performance) e uma vontade de transmitir uma boa onda ao público que têm diante de si.
Depois da ediçao de vários EP's, o jovem quinteto proveniente de Leeds publicou "Wait For Me", álbum que aspira a ocupar o trono da "next big thing" do pop-rock inglês. Promessa brilhante! Kaiser Chiefs e Mäximo Park com concorrência à vista.

- Bloc Party
Com um mar de gente à sua frente, os Bloc Party deram aquele concerto que qualquer fa quer ver e ouvir: os singles mais ouvidos (todos eles potenciais "hits") e uma prestaçao da banda imparável (o que já vem sendo hábito por parte de Kele Okereke e companhia).
No entanto, os Bloc Party (criadores de alguns dos melhores singles nos últimos anos - "Banquet", pertencente ao primeiro "Silent Alarm" é o exemplo mais que perfeito, diga-se o que se disser -), poderao estar a entrar um bocado já naquela fase de "OK. Com músicas deste calibre só precisamos mesmo é de as tocar como estao no disco e já está." Mas essa atitude, que eu chamaria de limbo artístico, pode ser perigosa, na medida em que pode tornar-se maçadora e algo repetitiva para o público.
É nestas alturas que as remisturas (feitas por outros artistas) ou novas versoes (feitas pela própria banda) podem fazer "milagres" pela saúde artística de um projecto.

- LCD Soundsystem
O rock e a electrónica casaram e tiveram um filho: chama-se LCD Soundsystem. E foram felizes para sempre!
James Murphy, pode dizer-se, que é para a música o que Quentin Tarantino é para o cinema: criou um estilo único à custa da "exploraçao" até ao tutano dos seus ídolos, tendo criado duas obras ("LCD Soundsystem" e "Sound Of Silver") que se tornaram em paradigmas da música de dança contemporânea. A artistas deste tipo e com esta visao costumam chamar-lhes génios!
James Murphy e restantes elementos deram, simplesmente, um dos melhores concertos deste festival. Cada música, cada tiro certeiro directamente à zona do cérebro que faz mover o corpo em movimentos espasmódicos de dança incontrolada. Bem hajam!
Início demolidor com "Daft Punk Is Playing At My House"; "North American Scum" seguiu-a em velocidade de cruzeiro e ia provocando um motim controlado. "Tribulations", mais "ácida" que nunca!
Até a tenda gigante "transpirava" quando os primeiros acordes de "Yeah" começaram. Demasiado forte para aguentar e seguir o ritmo. Eletri(o)zante!
Final de concerto com a ode "New York I Love You, But You're Bringing Me Down" em jeito de tributo à cidade que os viu nascer. Só faltou a melhor cançao do ano (até agora), "Someone Great", para ser perfeito!
James Murphy é o "rei-midas" do novo milénio. E ainda só lançou dois discos com os seus Lcd Soundsystem. Tudo o que tenha o seu "toque" mágico ou a chancela DFA é razao de qualidade assegurada.
Punk-funk de boa colheita, com muito ainda para dar!

- Scissor Sisters
A típica banda que ganha em palco aquilo que nao consegue transmitir em disco (apesar de um bom punhado de cançoes divididas pelos dois álbuns editados até à data).
Ana Matronic é uma autêntica líder no palco, juntamente com Jake Shears, transmitindo um clima de festa permanente e muito colorido.
Devido à falta de comparência de Mika, foram os únicos representantes a cantarem em falsete, para deleite dos muitos fas que assistiam em regime de autêntica diversao.
"Take Your Mama Out" é o exemplo acabado de como uma música pode ser muito melhor quando executada em palco. "Confortably Numb"(uma das reconstruçoes mais delirantes da história pop) foi sem dúvida o melhor momento do concerto, com uma roupagem ainda mais electrónica e dançável.
Máxima expressao de grupo festivo "heterofriendly"!

- Amable & Gato
Nao sao uma dupla na real acepçao da palavra (como por exemplo os irmaos Dewaele sao), já que cada um actua a solo, mas aqui os residentes do Razzmatazz (uma das melhores discotecas em Barcelona) fizeram uma sessao a "quatro maos". O resultado foi o do costume, quando enchem as pistas do Razz aos fins de semana, com a mistura cuidada e sempre muito hedonista da melhor electrónica com o rock mais vibrante e dançante. Pelas suas maos passaram músicas de The Gossip, Modest Mouse, LCD Soundsystem, entre outras pérolas do "indie" mais interessante, que "provocaram" os corpos mais pesados (àquela hora da madrugada) a movimentarem-se vigorosamente.
Altamente recomendável (para quem nao vai ao ginásio regularmente, como li um destes dias numa tira de BD)!

- 2manydjs
Esta dupla belga é (quase) sempre igual, ou seja, genial na forma magistral como mistura o impensável (um bom momento, a título de exemplo, o "mash-up" com CSS + Lipps Inc + Tiga).
Os irmaos Dewaele (mentores dos nao menos interessantes Soulwax), sao um caso de sucesso garantido em qualquer sítio que tenha a sua presença.
Já nao sao originais, mas conseguem criar sempre um grande ambiente de festa, e foi isso mesmo que conseguiram no final da primeira dose de SUMMERCASE 07.

Wednesday, July 18, 2007

Errata

Depois de andarmos a citar dados oficiais, antecipamo-nos às autoridades num pedido de desculpas.

A informação citada nos posts seguintes é errónea e/ou desprovida de rigor:

less is more?
Portugueses registados em espanha são já 72.349 na Seguridad Social(66.236 em 2005) / 80.635 (empadronados).

Andorra 2?
Los jóvenes portugueses han escogido Barcelona como uno de los principales destinos para vivir. Esta moda ha hecho aumentar significativamente la presencia de inmigrantes lusitanos en la ciudad. En un año, un millar de personas se dieron de alta en el consulado, situando el colectivo censado en unos 12.500 individuos. "La mayoría son jóvenes con carreras como diseño, arquitectura o informática", ha explicado Bernardo Futscher, cónsul portugués en Barcelona, antes de añadir que "en poco tiempo pensamos que habrá entre 20.000 y 30.000 portugueses en la zona".

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Esta correcção é uma ilação da notícia avançada pelo El Pais relativa ao desmantelar de uma rede que empadronava (autenticar o domicilio em Espanha) ilegalmente e registava no NIE e na Seguridad Social brasileiros com billetes de identidad portugueses falsos. A rede operava fundamentalmente na Catalunha. (o cabecilha* fazia 50 documentos falsos por semanas x 44 envolvidos munidos de tecnologia de ultima geração, é fazer contas)

Ufff! (costas da mão a passar na testa) Folgo em saber que não somos assim tantos...

* não se induzam em erro: o cabecilha é sempre o que trabalha menos na actividade operacional da "empresa".

Monday, July 16, 2007

Post Summercase 07

Na verdade, o dinheiro melhor gasto no que vai de ano.
Eu só fui no sabado, e graças a um bom amigo - Nic Offer, vocalista dos !!!
Vimos juntos um concerto extraordinário pela juventde que resuma: OMD
Incombustíveis, parcem uns "putos" recém chegados a defender um futuro promissor.
Depois, bem, depois foi um duche de energia. !!! talvez sejam a melhor banda ao vivo nos tempos que correm.
A energia do Nic e da Jenny são compulsivas. É impossível deixar de dançar. A alegria que a banda desprende em cima do palco, é absolutamente contagiosa, vê-se que ELES gostam.
Depois, bem, depois o meu mundo deu um salto em frente. Se na 6ª feira, o Peter Greenaway veio fazer de VJ ao Grec, quem viu os Chemical Bros. descobriu o que é uma sessão de VJ a SÉRIO. Genial, é a melhor palavra que me ocorre. Sentado (sim, sentado!) a dois terços de altura do Terminal E, com vista geral sobre o público, a música e as imagens dos CH foram impressionantes - laser, imagens, conexão entre som e imagens, o control do público através dos efeitos combinados.... acho que se não fui o único a ficar sentado...
Em geral, tudo o que vi gostei, mesmo que não fossem coisas do meu agrado. Isto é um festival de primeira divisão.
Quando a organização na semana passada começou a falar de uma "Champions League" de festivais a nível Europeu, se calhar têm razão. Alguns serão Europeus (a quantidade de estrangeiros que vieram de propósito era extraordinária...) e outros serão nacionais, e a grande maioria locais...
Comprem as entradas para o próximo cedissímo... é que o passe de dois dias quando abriram a venda valia 105 € e uma entrada de um dia na bilheteira valeu 85 € !!!!!!
Visca Barcelona. Visca o Summercase.

Wednesday, July 11, 2007

SUMMERCASE 07

Estupenda ideia para um festival que vai apenas na segunda ediçao,mas que é já uma certeza em termos de qualidade e reputação no roteiro dos festivais de verão, o Summercase, festival eminentemente urbano e hedonista, jovem e radiante e que é já o favorito de muita gente (com realização simultânea em Madrid e Barcelona nos dias 13 e 14 de Julho,com as bandas/artistas a alternarem as suas actuaçoes nos dois locais)continua a sua aposta num cartaz de qualidade acima da média, misturando autênticos ícones da cultura musical passada e recente.

Após a primeira edição cheia de sucesso (por lá passaram nomes míticos como Daft Punk, em data única em Espanha, Massive Attack e New Order, ou ainda bandas do calibre de The Dandy Warhols, The Divine Comedy ou Happy Mondays, bem como artistas a solo como Rufus Wainwright ou Adam Green – este último com uma actuaçao completamente surreal -). Para além destes nomes todos (como se não bastassem já por si só), o panorama "indie" ficou bem recheado com The Long Blondes, Midlake, Shout Out Louds, The Spinto Band, etc. Estes nomes atraíram cerca de 44.000 pessoas. Este ano, a organização espera superar este número.

Para tal, do cartaz apresentado, há a destacar (sem qualquer ordem de eleição) os nomes de The Chemical Brothers (cujo último álbum "We Are The Night" será apresentado em primeira mão por estes lados), The Jesus And Mary Chain (o regresso mais que aguardado desta banda seminal da história recente da música), PJ Harvey (em data única em Espanha), Arcade Fire (em promoção do excelente segundo álbum "Neon Bible"), Jarvis Cocker (ex-vocalista dos Pulp e presença assídua por estas paragens), Bloc Party (provavelmente, uma das bandas mais excitantes para ver ao vivo, também em divulgação do seu segundo longa duração "A Weekend In The City").

Convém não perder nomes tão interessantes (que irão ser grandes, assim o tempo o dirá) como The Gossip (com a vocalista mais "cool" do momento, Beth Ditto), 1990's
(banda a ouvir com atenção), !!! (com o seu punk-funk sempre festivo), o regresso curioso dos Orchestral Manouevres In The Dark (OMD), LCD Soundsystem (mais uma presença do senhor James Murphy para mostrar de que pergaminhos se cose o seu último "Sound Of Silver"), The Flaming Lips (com o seu universo cheio de balões e confetis, sempre uma surpresa agradável e não raras vezes inesquecível), Kaiser Chiefs (sem sombra de dúvida, fazedores de algumas das melhores canções em formato
pop da actualidade)... E o rol de nomes poderia continuar, tamanha a quantidade e qualidade dos mesmos.

Para a organização do festival, na pessoa da responsável de comunicação, convém não perder (para além dos cabeças de cartaz), grupos como How I Became The Bomb e Pigeon Detectives, nomes que no circuito mais alternativo são já confirmações com um futuro
auspicioso.

Um festival com nomes grandes da cena musical mundial misturados com outros bem interessantes da cena independente, sem sair de casa com a tenda às costas e com a comodidade (para muitos) de poder voltar a casa para descansar depois dos concertos. Tudo isto no Summercase!

Monday, July 09, 2007

no chão do elevador 4 pares de sapatos vela castanhos
todos excepto os meus, assustei-me.
subi ao espelho e nao vos vi.

g de lx

Wednesday, July 04, 2007

TV On The Radio + El Perro Del Mar (Apolo, 3/07/07)

A diferença entre um bom concerto (primeira parte a cargo da cantautora sueca Sarah Assbring, com o nome artístico espanhol El Perro Del Mar) e um concerto genial (os nova-iorquinos e cabeças de cartaz TV On The Radio), pode passar por muitos aspectos: para mim (que ainda estou com os ouvidos a "tripar" com o som da fantástica "Wolf Like Me"), essa linha (por vezes ténue, mas difícil de ultrapassar) é a que nos faz pensar (e sentir) que nunca tinhamos estado perante nada deste tipo de banda (ok, posso ajudar os mais incautos que se misturarem bem as melodias de uns Yo La Tengo, os devaneios e paredes sonoras de uns Mogwai, e um vocalista "gigante" a fazer lembrar um Kele Okereke dos Bloc Party, mas para melhor, começam a ficar com uma ideia do que são estes senhores em palco, já que em disco, a aclamação é por demais evidente). Chegar a casa, depois de cerca de hora e meia em plena "viagem sonora" (que soube a pouco) pelo universo único deste grupo, faz-nos pensar que algo de genial deverá ter sucedido. É por estes (e outros) momentos de autêntico deleite sonoro, que vale a pena estar atento e aproveitar tamanha capacidade de transmitir uma energia (quase sufocante), cujo resultado pode ser vertiginoso.
Directamente para a galeria de melhores concertos vistos!

No contraponto (em termos de energia), El Perro Del Mar apresentou-se com a sua guitarra acústica, a sua voz de veludo, as suas canções folk de embalar e fazer sonhar. Talvez contraditória esta primeira parte, mas o facto é que os TV On The Radio lhe dedicaram um dos momentos altos da noite, com uma versão muito própria de um clássico da "soul", com um dos guitarristas a fazer de "beatboxer". Fantástico!

Monday, July 02, 2007

Bom Conselho

parece que agora é mesmo a sério. há muito que a sopa já saíu da panela e desta cozinha já ninguem janta. depois de passarmos o milenio, vermos torres a ruir, shuttles a explodir e guerras a mentir, acho que nao estamos longe de que isto por cá rebente fruto da ignorancia politica, a avareza desmedida, interesses, cunhas e desresponsabilizacao! Que assim seja para bem das geracoes vindoras. talvez desta vez seja um blog a dar o mote da revolucao. por favor, nao se deixem dormir e nao deixem que vos injectem analgésicos de raptos de meninas e transferencias de futebol. agora é a sério... 25 ábrir sempre!

G - correspondente em Lisboa




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Bom Conselho (Chico Buarque)

Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança

Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar

Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade

Sunday, July 01, 2007

O melhor espanhol de sempre

Aqui em Espanha, tal como em Portugal, um canal de televisao (que nao me ocorre agora)decidiu escolher a personalidade que mais se destacou em toda a história do país.
Pelos vistos, nem sempre os maus exemplos sao de evitar...
Em Portugal, o povo (sempre o povo!), que é sereno e sábio (!) escolheu a figura de Salazar (tao em voga ultimamente, nao sei bem por quê). Curiosamente (ou nem tanto), a mesma figura foi a vencedora também, mas noutro programa de seu nome "O Pior Português de Sempre". Justiça feita ou reposiçao da verdade histórica, dirao alguns; Portugal precisava era de um Salazar em cada esquina, vociferarao porventura outros.
Por estas bandas, já estou a imaginar a luta renhida entre Franco e Carrillo Blanco, Julián Muñoz e Baltazar Garzón, Gil e Gil e António Gala, La Pantoja e David Bisbal, o Naranjito e o Rei D. Juan Carlos... (exemplos aleatórios e tao estúpidos como o próprio programa).

Representantes da pátria hispânica, digam de vossa (in)justiça neste espaço (que também é vosso), que também fala a língua de Cervantes mas com cerrado sotaque Camoniano - um grande espanhol e um grande português respectivamente, já agora...

Sunday, June 24, 2007

A minha versão é melhor que o teu original #2

(Pós)- SÓNAR 07

Após 3 dias e 2 noites frenéticas, mais de 80 bandas/DJ's/projectos de oferta musical/visual, um balanço (breve) se impoe de mais uma ediçao do SÓNAR 07. Breve balanço porque, convenhamos, o dom da ubiquidade (que muito me apraz) ainda nao é uma das características deste escriba; e, justiça seja feita, pelo menos mais de metade dos nomes em cartaz tiveram o meu contributo enquanto público. Adiante, que isto sao águas passadas, e o que aqui fica sao algumas notas soltas daquilo que mais me chamou a atençao (por várias razoes) e que mais destaque mereceu (positivo ou negativo).
Quinta (14)
- James Holden (DJ)
Batidas minimais em ritmo progressivo, com um "background" profundamente hipnótico. Em ritmo crescente, o público que enchia a zona do SónarVillage foi aderindo, também ele, em ritmo progressivo.
Som ideal (é sempre ideal) para um fim de tarde com calor humano (e nao só) a tocar os limites do exagerado (aspecto positivo).
- Dorian (Live)
Quatro elementos autóctones (em representaçao caseira), fazedores de pop electrónica pouco cativante, ou seja, com um grau de originalidade pouco credível para um evento deste género. Santos da casa que nao fizeram milagres...
- White (Live)
Dupla oriental (vindos de Pequim), apresentaram uma actuaçao com matrizes sonoras assentes numa pop experimental, por vezes algo psicadélica, com a parte feminina do dúo em destaque.
Público sentado a encher o EscenarioHall (a fazer lembrar, noutro contexto, o Festival Para Gente Sentada em Sta. Maria da Feira).
- FM3 feat. Blixa Bargeld (Live)
Trio experimental que conta com a voz (pontual) do senhor Blixa Bargeld dos alemaes Einstürzende Neubauten. Ambientes algo claustrofóbicos com sons a roçar o minimalismo conceptual, com laivos de algum "lo-fi" sónico. Experimentalismo sónico-minimal. Banda-sonora ideal para um filme negro/de terror.
- Burbuja (Live)
Projecto interessante q.b., algo estranho por sinal. Visualmente dieferentes (entenda-se por diferentes o facto de estarem disfarçados com máscaras alusivas a uma imagética algo surrealista). O som debitado através de programaçoes acompanhadas de uma guitarra faziam lembrar cenários algo oníricos. O "mundo" de Burbuja, assim definido pela "programadora" e vocalista da banda é algo complexo , mas que se vai assimilando bem.
Sexta (15)
- Sunn O))) (Live)
Espaço do EscenarioHall cheio. Ambiente denso, atmosfera lúgubre, sons escalofriantes. Experiência sonora diferente: muralhas constantes de ruído em transe (possível definiçao de "drone-metal"). Reverberaçoes transgressoras nao aconselháveis a ouvidos mais sensíveis. Toda uma experiência sensorial!
- Nicole Willis & The Soul Investigators (Live)
Senhora de uma grande voz soul. Ritmos negros em final de tarde com o público espalhado pelo "green" do CCCB. Piano a destilar notas da Motown, acompanhado por um quarteto de cordas eficaz.
- Beastie Boys (Live)
Basicamente o mesmo alinhamento do concerto apresentado dias antes em Portugal no festival Oeiras Alive, com a diferença de haver muito mais público na audiência. Talvez nao se justificassem (tal como no concerto luso) tantas músicas instrumentais do mais recente "The Mix-Up"... O resultado, esse, foi positivo atendendo à grande ânsia que o público tinha de ver uma das bandas que menos concertos dá fora dos E.U.A. Neste caso, foram dois (contando com a apresentaçao integral do último álbum instrumental na primeira noite do festival). Uma das bandas que a organizaçao há mais tempo queria trazer ao SÓNAR! Objectivo cumprido!
- Modeselektor DJ Team (DJ)
Techno minimal alemao (com alguns problemas técnicos à mistura). "Set" em tons progressivos (marca da dupla). Ironicamente actuaram após os Beastie Boys e a música "Sabotage" podia definir o que foi a prestaçao destes alemaes. Mereciam melhor.
Sábado (16)
- Devo (Live)
"Q - Are We Not Man? A - We Are Devo!". Tao simples quanto esta questao que dá título a uma das obras seminais da história da música! Estes senhores (com algum ar de reformados com casa em Miami) deram simplesmente o melhor concerto do SÓNAR 07. As palavras, nestas ocasioes, sao poucas para definir o que se passou em palco. Momentos altos (se é que houve outros momentos?!): "Whip It" (com a banda a justificar todos os pergaminhos que se lhe reconhecem); "(I Can't Get No) Satisfaction", essa grande versao melhor que o próprio original dos Rolling Stones (que dias depois encheriam outro espaço da cidade condal); "Freedom Of Choice" foi genial com uma entrega total da banda e o público a devolver toda a energia contagiante. O som esteve sempre irrepreensível, o que em muito ajudou a uma actuaçao para ficar na retina e nos ouvidos daqueles que a presenciaram. Voltem sempre!
- Mogwai (Live)
As paredes sonoras constituídas (por vezes) por um baixo e duas guitarras eléctricas continuam a nao deixar ninguém indiferente. Um autêntico monumento à instrumentalizaçao pura na sua melhor execuçao. Estes escoceses nao sabem dar um mau concerto!
- Matthew Dear's Big Hands (Live)
Um "live" em regime quase dub, toadas hipnótico-progressivas, a mostrar uma nova faceta deste DJ e produtor norte-americano. Aceitaçao razoável.
- Black Devil Disco Club (Live)
Uma actuaçao que foi mais uma sessao DJ assente em electrónica à base de programaçoes e teclados em tons progressivos e cheios de "groove". Uma prestaçao coesa, com potencial para mais, para mostrar todas as capacidades deste trio francês. Entre um Etienne de Crècy mais clássico e uns Digitalism mais conservadores (no bom sentido da palavra).
- Milky Globe (DJ)
A reter uma das "entradas" do festival com uma revisao actual do clássico da banda-sonora de "2001 - Odisseia no Espaço". Magistral!
- DJ Nu-Mark (DJ)
Liçao autêntica de como apresentar os verdadeiros clássicos às massas. Actuaçao em honra do velho "old-skool"! Irrepreensível tecnicamente, o senhor dos pratos que já acompanhou essa grande instituiçao do hip-hop, de seu nome Jurassic Five. Final apoteótico a pedir mais tempo de actuaçao.
- Round Table Nights (DJ)
Trio suíço de "mash-ups". Tiveram a tarefa difícil a de fechar o palco do SónarPark após a prestaçao avassaladora e brilhante de DJ Nu-Mark. Conseguiram trazer (ainda) mais frescura (numa altura em que já se vislumbravam os primeiros raios do sol) com clássicos directos para a pista de dança ocupada pelos mais resistentes. Destaque para os temas da escola "favela funk" (talvez uma das grandes pechas em termos de programaçao deste ano), a fazerem vibrar por completo os presentes. Uma boa descoberta em final de SÓNAR 07!
Balanço final: mitigado (actuaçoes boas encadeadas com outras de puro tédio e desinteresse). Um cartaz talvez dos mais fracos dos últimos anos (apesar de tudo, um cartaz que tem Beastie Boys e Devo nunca é de menosprezar, mas o todo foi um pouco desequilibrado). Para o ano há mais!

Thursday, June 21, 2007

(Pré)-SÓNAR 07

Festival por excelencia da música electrónica e da arte multimédia experimental, o SÓNAR é um dos acontecimentos musicais cada ano que se repete (já lá vao 13) e um marco incontornável de Barcelona. Para muitos é um festival moderno. Para outros é um pouco esquisito, apenas para conhecedores das novas tendências musicais. Para a grande maioria, o SÓNAR é a maior festa que se celebra em Barcelona em todo o ano. Este festival consegue movimentar ainda mais esta cidade, já por si recheada q.b. de eventos culturais; para além da programaçao estrita do festival, existe toda uma série de eventos paralelos (off-SÓNAR), que vao desde festas nas praias e nos diversos clubes da cidade, até ao anti-SÓNAR (realizado a algumas centenas de metros onde se realiza a parte nocturna do SÓNAR oficial). Difícil mesmo, só a escolha!
A ediçao deste ano apresenta a celebraçao do "acid-house" (datado do já distante ano de 1988), aqui reactualizado no "hype" da "new rave", como grande pano musical de fundo. Com tudo o que de discutível este último conceito tenha (e tem de facto), alguns dos nomes mais fortes (e confirmaçoes esperadas) fazem parte desta "nova" fornada de projectos. O SÓNAR, como grande devedor desse período de grande explosao criativa a nível musical no campo da electrónica, rendeu uma irónica homenagem icónica ao símbolo que melhor representou essa cultura: o "smiley".
Os grandes cabeças de cartaz este ano sao dois dos símbolos maiores da história musical das últimas décadas: os norte-americanos Beastie Boys e Devo.
Com quase 30 anos de carreira que falam por si só, o trio composto por Adrock, Mike D e MCA fazem da constante transgressao dos limites do hip-hop e do rap uma constante na sua obra (sao provavelmente a melhor banda que consegue agregar públicos tao distintos como os do rap e do punk, por exemplo).
Atente-se no seu último álbum "The Mix-Up" (em apresentaçao na primeira noite do festival), completamente instrumental e com alguns traços latinos, sem vocalizaçoes e sem os habituais "samples" e "scratches" marca da casa; na segunda noite, o concerto deverá ser recheado de êxitos (do calibre de "Sabotage" e "Intergalactic"), num registo "best of".
Quanto aos Devo, quarteto que já há 17 anos que nao actua na Europa, sao uma das referências maiores e uma das bandas que melhor faz a ponte entre a electrónica de recorte mais pop e o punk mais digital, ou seja, as raízes de muita "coisa" que por aí abunda como se de uma invençao se tratasse. Sem dúvida para aproveitar a presença única dos criadores dessa obra maior da música, chamada "Q: Are We Not Men? A: We Are Devo!", do já longínquo ano da graça de 1978.
Os Devo foram punks antes do punk existir. Sao o melhor grupo na palhaçada da história da música, mas uma palhaçada séria! Segundo o baixista Jerry Casale, "Sao uma piada séria, o que traduz o que a vida é na realidade". O seu conceito de "de-evoluçao" é o que se pode assistir na actualidade, ao contrário da expectável evoluçao. Este absoluto pessimismo quase nihilista é, no entanto, contrariado de certa forma com algumas das músicas mais irónicas e cheias de humor que os Devo legaram ao mundo musical, complementadas com alguns dos melhores vídeos jamais feitos (no que concerne ao humor latente, perceba-se). As músicas, nas actuaçoes dos Devo sao uma das partes do todo, constituído por uma "mise-en-scène" claramente estudada, imagens surreais como pano de fundo no palco, coreografias decididamente pouco convencionais e uma empatia clara com o público.
Tidos como uma das principais referências para projectos actuais como Booji Boy High (grupo paralelo aos Hot Chip), Foals, Shy Child, Hot Club de Paris e Polysics (estes últimos sendo quase uma banda-tributo, tal a semelhança sonora), os Devo sao "aquela" banda que muita gente gostaria de ter. Pioneiros da pop electrónica, os Devo vêm apresentar o seu som de pop sincopada, o funk de plástico, as suas vestes "radioactivas" e os seus chapéus em forma de vasos a um público sedento da sua presença (nao actuam na Europa desde 1990).
Outros nomes a ter em linha de escuta:
- Junior Boys
Senhores canadianos responsáveis por alguma da re-actualizaçao da pop electrónica, herdeiros directos da melhor tradiçao neo-romântica dos anos 80, com a grande diferença de tentarem encontrar novos ritmos de dança, com ecos na música "disco" cósmica. Junior Boys podem ser, nos dias que correm, os novos clássicos da cançao futurista.
- Narod Niki
Talvez um dos projectos mais misteriosos e radicais do SÓNAR 07, este colectivo de produtores da área do techno cuja identidade varia de actuaçao para actuaçao (sendo comandados por Ricardo Villalobos e Richie Hawtin). Improvisaçoes puras em directo assentes em estruturas de dança sem guiao determinado. Pode suceder qualquer coisa, incluindo dançar!
- James Holden
Dj de primeira água em registo de música para sonhar acordado, o patrao da Border Community sabe do assunto no que toca a temas sonoros na área da electrónica mais melódica.
- Piana
Vinda do Japao, traz consigo uma pop ingénua e extremamente doce. Para quem gostar da Björk mais infantil e de qualquer coisa dos múm.
- Night Of The Brain
Banda de Cristian Vogel (DJ vulgarmente conhecido por territórios do techno), onde apresenta um rock cheio de matrizes electrónicas.
- FM3
Projecto do músico francês Christian Virant, residente na China e inventor de um dos artigos sonoros do ano (a Buddha Machine, espécie de transístor que emite sons ambientais e que já se tornou moda para muitos músicos).
- (Showcase da editora Accidental)
Sem Matthew Herbert (presença habitual em ediçoes anteriores), este selo apresenta projectos centrados na fusao da pop e da electrónica, como The Invisible e Mica & The Cluster.
- Digitalism
Cheios de energia reflectida nas fortes bases do rock e da electrónica, estes alemaes fazem gala em recuperar os anos de glória da cena "acid" de Manchester.
- Sunn O)))
Provavelmente o grupo mais brutal (que provoca mais medo, entenda-se) de todo o cartaz, com excepçao talvez dos compatriotas Wolf Eyes. Fazedores de alguma da música mais estranha jamais feita (rock atmosférico com contornos satânicos??!!), com ritmos em regime de coma e atmosferas negras com guitarras agonizantes, densas demais para ouvidos (e corpos) sensíveis. Experiência única!
- Nettle
Sao o grupo em registo "ao vivo" do produtor DJ/Rupture (grande responsável pela pesquisa de alguns dos sons mais raros da electrónica) e de alguns músicos com residência em Barcelona. Breakcore em colisao com ritmos culturais do mundo globalizado.
-Skream
Um dos últimos "porta-estandartes" do movimento dubstep britânico, Ollie Jones (com apenas 21 anos) é já um dos valores seguros do género que tende a crescer até limites desconhecidos.
- Romantica
Talvez uma das presenças mais estranhas a deste grupo feminino japonês, que apresenta uma visao muito particular da pop mais dançável. Para além disto, há quem diga que sao praticantes de strip-tease profissionais e que fazem gala disso nas suas performances... Publicidade enganosa? A ver...
- Various Production
Dúo misterioso inglês, mistura folk com dubstep, o mesmo é dizer, ritmos lentos e hipnóticos de dub e trip-hop de uns Massive Attack, com cançoes de fogueira com lua cheia de uma Joanna Newsom (por exemplo).
- Matthew Dear's Big Hands
Novo projecto do maestro do techno Matthew Dear, que apresenta uma sonoridade próxima de uns Talking Heads mais dançáveis.
- Andy Stott
Uma das mais recentes descobertas em terras britânicas chama-se Andy Stott, praticante de um techno de frequências graves, sons delicados (por vezes) e algumas fricçoes com a música clássica, dao o mote para a actuaçao deste senhor de Manchester.
- Simian Mobile Disco
Este é o projecto de James Ellis e James Anthony, anteriormente chamado Simian. Sao fazedores do tal "rock raver", claramente indicado para este contexto. Em regime DJ, a dupla inglesa terá no seu álbum de apresentaçao "Attack Decay Sustain Release" um bom manancial de escolhas.
- Justice
É o projecto francês do momento (há já algum tempo, mais precisamente), constituído por Gaspard Augé e Xavier de Rosnay, considerados como os legítimos sucessores (ou seguidores?) dos conterrâneos Daft Punk. Requisitados por tudo quanto é projecto da área rock mais alternativa para ver as suas músicas transmutadas pelas suas maos (oiça-se "Never Be Alone" dos Simian que, depois de ser "tocada" por esta dupla foi o grande "hit" das pistas durante o último ano). Sao os grandes pontas de lança da editora Ed Banger, que alberga ainda outras jóias que irao apresentar as propostas mais hedonistas de todo o festival, seguramente.
- Dizzee Rascal
Este britânico irá apresentar o seu recente "Maths And English", álbum que vem cimentar o seu papel no som urbano mais eclético que tem chegado do outro lado do Canal da Mancha.
- Radio Slave
Projecto inglês de Matt Edwards que, a título de remisturas, já trabalhou com Kylie Minogue (que é para nao serem sempre os mesmos nomes da electrónica "snob" e "elitista" a figurarem por aqui!).
- Kode 9 & The Spaceape
Um dos projectos mais respeitados na área do dubstep, onde as raízes dos "soundsystems" jamaicanos se juntam despreocupadamente aos sons britânicos do 2-step. O resultado costuma ser algo explosivo.
- Altern 8
Pioneiros da "cena rave" inglesa mais contundente, Mark Archer e Chris Peat nao costumam passar despercebidos onde actuam.
- New Young Pony Club
Sao mais um projecto britânico a fazer da "fórmula mágica" (electrónica com guitarras) o seu "modus operandi". Costuma resultar em doses destiladas de suor nas pistas por onde passam.
Em termos de palcos, destacam-se os seguintes:
Dia:
- Hall (sem limite de décibeis, música electrónica de risco, entre o lúdico e o complicado; para ouvidos exigentes);
- Complex (só para os mais ousados, apresenta música feita à base de ruído puro, experimental, extrema, a que procura a estética mais complicada; para visitantes inquietos);
- Dôme (apresenta alguma da oferta mais arriscada em termos de aceitaçao; em plena praça do MACBA, o som propaga-se a todo o Raval sem fronteiras);
- Village (o espaço por excelência durante o dia, com o seu "relvado artificial" apresenta um ambiente de festa, onde a electrónica mais agradável para os ouvidos é servida em doses abundantes).
Noite:
- Club (é o cenário principal do SÓNAR e o mais grande também; com grande qualidade de som, este espaço alberga os principais nomes do cartaz);
- Park (centrado em sons mais negros e experimentaçoes à volta da pop electrónica);
- Pub (ao ar livre, este espaço é o ideal para as noites quentes que se esperam durante o SÓNAR);
- Lab (com programaçao mais experimental, é o espaço mais "especializado do festival à noite).