Sunday, November 26, 2006

Espanhóis escrevem sobre História de Portugal

María Pilar Queralt del Hierro, historiadora espanhola que acaba de lançar “Eu Leonor Teles, A Dama Maldita”, biografia da rainha portuguesa caída em desgraça depois de trair o rei com o conde de Andeiro, tinha já lançado em Portugal uma biografia de Inês de Castro, e prepara um novo livro sobre a Rainha Santa Isabel, outra figura histórica portuguesa.
Ao mesmo tempo que apareceu nas livrarias o livro sobre Leonor Teles, a Difel lançou também “O Rei Amado” do jornalista e escritor espanhol Alberto Vázquez-Figueroa, uma ficção sobre D. Sebastião que começa no momento do seu desaparecimento na batalha de Alcácer-Quibir, em Marrocos. O que, explica o próprio Vázquez-Figueroa, este livro – que “não pretende ser um romance histórico” – faz é “aproveitar as lacunas de informação que rodeiam certos factos históricos” e “recriar livremente a história quase incrível de um rei amado pelo seu povo como nunca nenhum outro soberano o foi”.
D. Sebastião já despertara a curiosidade de outro espanhol, António Villacorta Baños- Garcia, que em Abril lançou em Portugal “D. Sebastião Rei de Portugal”, biografia de “O Desejado” (não romanceada). Por último, acaba de chegar as livrarias “A Independência de Portugal – Guerra e Restauração 1640-1680”, do historiador espanhol Rafael Valladares.
O que explica esta onda de escritores espanhóis a escreverem sobre figuras históricas portuguesas? “Portugal e Espanha viveram sempre de costas voltadas”, diz María Pilar Queralt del Hierro. “Mas a facilidade de viajar aumentou o interesse dos espanhóis por Portugal. Isso leva a retomar uma tradição que existia há séculos e que lamentavelmente se perdeu”, a de ter relatos históricos nas duas línguas.
O seu livro sobre Inês de Castro teve mais sucesso em Portugal do que em Espanha, e o de Leonor Teles está a ser lançado primeiro na edição portuguesa. Mas o que é interessante, segundo a autora, é a possibilidade de usar fontes de ambos os lados – até porque muitas destas figuras atravessam a história dos dois países.
“Em Portugal Leonor Teles desaparece quase totalmente a partir de 1384 [em 83, depois de o conde de Andeiro, seu amante, ser assassinado pelo Mestre de Avis, Leonor foge para Castela, onde é presa por João I]”, afirma Pilar. “Os seus últimos anos em Espanha encontrei-os relatados numa crónica dos reis castelhanos, não na dos reis portugueses”. Além disso, “as fontes castelhanas foram decisivas para estabelecer a data da morte, depois de ter encontrado em Valhadolid testemunhos e uma carta sobre uma visita do embaixador da corte aragonesa a Leonor Teles”.

in Mil Folhas | Público | 24/Nov/2006

3 comments:

Anonymous said...

mas Olivença é nossa!

g said...

Olá,
Se estiveres interessada clica no canto superior direito da página de inicio e escreve-nos para esse mail.
Terás que adaptar o mail...trocando o (a) por um @.. Com isto reduz-se (em parte) algum spam futuro e faz-nos sentir que ainda somos superiores às máquinas.

Juntar-te-emos à familia de redactores deste espaço que nem abundam e os que há, a azáfama de residir em bcn (condiçao primordial mas nao fundamental) nao lhes permite meter lenha nesta fogueira.

Nao sao precisas nem fotócopias de BI, nem passar pela tesouraria, nem voltar 5a-feira, nem comprovativo de licenciatura, nem folha azul de 25 linhas...nem 14 euros, nem toda a parafernália que trazemos incutida no cérebro após uma experiencia mais ou menos breve em portugal...

Isto é extensível a ti que lês isto neste momento, e que esboçaste um ligeiro sorriso ao ler o parágrafo anterior...

fort abraçada,

Anonymous said...

Estimados amigos,
Gracias por citar en vuestro blog mi novela Eu, Leonor Teles. Estoy a vuestra disposición en mpilar_queralt@eresmas.com

Soy una apasionada de la historia de >Portugal y del país en sí, al que, además, estoy muy agradecida por la acogida que siempre dispensa a mis libros
Un abrazo

María Pilar Queralt del Hierro