Wednesday, April 11, 2007

Correio do leitor

Olá:

Tendo sido alvo de uma tentativa de roubo em Espanha, mais concretamente na região de Madrid, entendi ser meu dever como cidadão, transmitir a minha experiência evitando assim que alguns dos que venham a ler este relato possam passar pelo mesmo.

Este mesmo relato vai ser enviado às Embaixadas de Espanha em Lisboa e à de Portugal em Madrid, para que possam junto das autoridades competentes implementar qualquer medida com o objectivo de por fim a isto.

Na passada semana desloquei-me a Espanha em gozo de férias. Na semana anterior um conhceido meu que lá tinha estado, havia-me contado a experiência horrivel por que passou.

Tratei logo de a passar às pessoas com quem nesses dias seguintes convivi.

Contudo nunca esperei que me acontecesse a mim e a outro amigo meu que seguia atrás de mim.

Dado o curto espaço de tempo entre as 2 situações creio tratar-se de um golpe em franca ascenção.

Então passemos ao relato.

Na região de Madrid (M30, M40,M45 ou seja nas radiais de Madrid) um carro abranda ao meu lado, chama a minha atenção pelo facto de se colar a mim e seguir à mesma velocidade, e quando reparei nele, a pessoa que vai ao lado do condutor exibe uma carteira com um distintivo policial e com a outra mão faz faz-me sinal para encostar.

A primeira reação de qualquer mortal é que se trata de uma fiscalização policial ou então que seguiamos a velocidade superior à que era permititda.

Mesmo sabendo do que se tinha passado, por fracções de segundo o meu instinto fez-me reduzir a velocidade e passar à faixa da direita com o objectivo de parar. Essa viatura colocou-se à minha frente com a intenção de parar à minha frente. Noutra fracção de segundo recordei o que se havia passado uma semana antes com um meu conhecido e voltei à faixa central acelerando o carro à velocidade normal.

Voltaram a colar-se ao meu lado esquerdo, tornando a indicar-me que parasse, exibindo de novo o crachat policial com insistência.

Mais seguro que nunca, disse-lhes por gestos que não parava e com o telemovel na mão disse-lhes que iria ligar à Policia.

Resultou. Eles abrandaram a velocidade passaram para a faixa central e depois para a da direita e rapidamente sairam da via principal.

No meu caso a abordagem foi efectuada por um Ford Mondeo preto, matricula

M0036 Tl e dentro do carro estavam 3 sujeitos, com ar de sul americanos, de fato e gravata e óculos escuros.

Sabendo que com o carro da frente não se havia passado nada porque o visualizava. apressei-me a avisar o carro de um amigo meu que vinha atrás.

Não consegui ligação imediata e passados alguns minutos quando conseguimos estabelecer essa ligação obtivemos a informação que outro carro, um Volvo beije, com 2 sujeitos, tinha procedido da mesma forma, fazendo-os parar.

Ainda com os ocupantes dentro do carro, deitaram a mão à chave do carro. Num mau castelhano disfarçaram dizendo que andavam à procura de droga e armas.

Quiseram ver passaportes (inexistentes) e cheiraram as mãos às pessoas.

Entretanto uma das ocupantes do carro, lembrou-se do meu relato e começou a falar alto para o outro amigo dizendo que aquilo era mentira e agarrou no telemóvel, situações que deixou os assaltantes nervosos.

Um deles confirmou que no pulso do condutor havia um relógio de elevada valia e tentou que ele tentasse tirar o relógio, com a descupla de verificar se existia droga. Aí esse meu amigo não só não lhe deu o relógio como fez menção de sair do carro o que os assustou, acabando por abandonar o local.

Tudo isto contado agora, a frio, parece fácil de resolver. Na altura, acreditem que não dá.

Com a pessoa que me contou esta história passada na semana anterior, foi exactamente o mesmo e mais tarde foi-lhe dito por um guarda civil que tinha procedido bem porque, mesmo em carro à paisana, a policia anda com uniforme.

Foi-lhe relatado por esse policia, que geralmente as pessoas saem do carro, deixando a chave na ignição e enquanto um o distrai o outro entra no carro e foge. Informou mesmo que não se preocupam muito com o facto de irem crianças atrás ou não, que abandonam à sua sorte logo que podem e que esses carros (os de maior cilindrada e valia) nunca mais aparecem estando em crer que se destinam ao norte de África ou Leste Europeu.

Uns quilometros à frente numa paragem demos com uma policia a quem o meu amigo relatou o que havia acontecido, dando todas as informações incluindo matriculas, que devem ser falsas obviamente.

A terminar e tendo em consideração que este meu relato vai ser enviado às Embaixadas referidas devo concluir que espantado fiquei com a morosidade e confusão que está instalada nos meios policiais espanhois. Comparando com o meu País, tão distante de Espanha em tudo (diz-se), confirmo que foi uma tristeza . Nenhuma das autoridades contactadas no imediato quis aceitar a denuncia, mandando-me para serviço, atrás de serviço. Ao fim de contactar 4 serviços lá consegui que ouvissem o meu relato, mas dele nada fariam a não ser que me apresentasse numa esquadra. Parece caricato, mas comecei a tentar a denuncia na provincia de Madrid e na última tentativa já estava na de Toledo.

Quer dizer, a vontade de apanhar estes individuos não deve ser muita (quiçá porque parece que a abordagem é feita a estrangeiros e não a espanhóis).

O que sempre pensámos foi que, havendo vários carros patrulha nessas vias, na posse das caracteristicas dos carros e em cima do acontecimento era bem possivel apanhá-los. Mas não quiseram. Pacência.

Aqui fica a relato para o passarem a quem entenderem.

PT

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