Tuesday, April 10, 2007

Se eu acreditasse em bruxas...

O que é que pode correr mal numa viagem de avião? Respostas possíveis há, com toda a certeza, várias, dependendo do ponto de vista de cada um.
Em última análise, uma viagem corre mal quando o avião em que se viaja não chega ao seu destino, ficando "retido" algures a meio do caminho, normalmente feito numa amálgama de destroços, excepção feita da caixa negra (sempre me indaguei sobre o tipo de material de que é feita esta peça chave das aeronaves e, ao mesmo tempo, por que é que não se aplica esse material ao resto do avião? e já agora aos restantes meios de transporte?). Adiante...
Por norma já todos passamos pela situação incómoda de ter que esperar pelo nosso voo horas a fio e, muitas vezes sem nenhuma explicação da companhia aérea (quem nunca passou por essa situação que atire um calhau bem pesado). Tudo bem (tudo mal, mas enfim...) até aqui. Agora chegar ao aeroporto, fazer o check-in, ter o bilhete de embarque na mão e olhar, quase incrédulo (ainda pensei que pudesse ser do fuso horário de uma hora existente) que a hora do embarque no avião tinha sido uma hora atrás é, no mínimo, para desconfiar da pontualidade exageradamente britânica (refira-se que a companhia aérea não era, nem pouco mais ou menos, originária desses lados). Um compasso de espera. Uma fila (várias filas paralelas) em paciente espera para fazer todo o processo-tipo nestas situações: identificação, colocar a bagagem para pesar (não exceder um kg que seja para além dos 20 permitidos pela dita companhia aérea), embarque pela porta nº tal, adeus e boa viagem.
Não, nada disto aconteceu(apenas deu para perceber que a mala que levava não tinha atingido o limite de peso permitido). Afinal, o voo VY5112 com origem em Barcelona e destino a Lisboa, já estava a "voar". Impossível! A confirmação do horário tinha sido verificada no dia anterior: 7H10 (hora local) era a hora da partida. Explicação: não havia explicação! "Dirija-se ao balcão de informações da nossa companhia." Aqui, quatro filas apinhadas de passageiros esperavam, com muito pouca paciência, que as duas funcionárias (das quatro que deveriam estar a trabalhar) tentassem resolver os problemas de cada um.
Quanto ao "meu problema", a explicação dada com um indisfarçável incómodo foi a de que "o voo tinha sido antecipado por motivos alheios... blá, blá, blá... e que tinham enviado um mail a avisar os passageiros de tal situação". Ridículo, no mínimo, quando até o número de telemóvel eles pedem para fazer o registo de compra de bilhetes on-line. Teria sido, creio, mais eficaz tentar avisar os passageiros de tal situação, até porque nem toda a gente tem a "obrigação" de verificar o seu e-mail diariamente para saber de "motivos alheios pelos quais um voo é antecipado".
A solução apresentada (previsivelmente para mim) era a colocação no próximo voo da companhia. Previsivelmente, mais uma vez, esse voo estava ocupado e, como uma das políticas da companhia é não fazer "overbooking", a alternativa era voar no dia seguinte à tal hora que tinha sido alterada "por motivos alheios". Mandei-os ir apanhar onde mais lhes aprouvesse, não sem antes pedir uma folha para fazer a devida reclamação!
Comprei outro bilhete na companhia que lhe faz concorrência directa. Foi caro. Foi o possível atendendo às circunstâncias. Senão, ainda agora estaria em "transfers" para chegar até Coimbra.

Algo me diz (até porque não é a primeira situação anómala que me acontece) que no meu regresso a Portugal algo de estranho vai acontecer. Tipo: estava escrito lá em cima que cá em baixo iria ser assim (ou algo do tipo)! Eu não acredito em bruxas nem coisas do género. Mas será que há alguma mensagem implícita nestas "desventuras" para tentar chegar ao meu destino? Na próxima, compro só um bilhete com voo de ida...

(Nota pessoal: Serra, respondi à tua "expectativa" enviada por msg)

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