Sunday, June 24, 2007

A minha versão é melhor que o teu original #2

(Pós)- SÓNAR 07

Após 3 dias e 2 noites frenéticas, mais de 80 bandas/DJ's/projectos de oferta musical/visual, um balanço (breve) se impoe de mais uma ediçao do SÓNAR 07. Breve balanço porque, convenhamos, o dom da ubiquidade (que muito me apraz) ainda nao é uma das características deste escriba; e, justiça seja feita, pelo menos mais de metade dos nomes em cartaz tiveram o meu contributo enquanto público. Adiante, que isto sao águas passadas, e o que aqui fica sao algumas notas soltas daquilo que mais me chamou a atençao (por várias razoes) e que mais destaque mereceu (positivo ou negativo).
Quinta (14)
- James Holden (DJ)
Batidas minimais em ritmo progressivo, com um "background" profundamente hipnótico. Em ritmo crescente, o público que enchia a zona do SónarVillage foi aderindo, também ele, em ritmo progressivo.
Som ideal (é sempre ideal) para um fim de tarde com calor humano (e nao só) a tocar os limites do exagerado (aspecto positivo).
- Dorian (Live)
Quatro elementos autóctones (em representaçao caseira), fazedores de pop electrónica pouco cativante, ou seja, com um grau de originalidade pouco credível para um evento deste género. Santos da casa que nao fizeram milagres...
- White (Live)
Dupla oriental (vindos de Pequim), apresentaram uma actuaçao com matrizes sonoras assentes numa pop experimental, por vezes algo psicadélica, com a parte feminina do dúo em destaque.
Público sentado a encher o EscenarioHall (a fazer lembrar, noutro contexto, o Festival Para Gente Sentada em Sta. Maria da Feira).
- FM3 feat. Blixa Bargeld (Live)
Trio experimental que conta com a voz (pontual) do senhor Blixa Bargeld dos alemaes Einstürzende Neubauten. Ambientes algo claustrofóbicos com sons a roçar o minimalismo conceptual, com laivos de algum "lo-fi" sónico. Experimentalismo sónico-minimal. Banda-sonora ideal para um filme negro/de terror.
- Burbuja (Live)
Projecto interessante q.b., algo estranho por sinal. Visualmente dieferentes (entenda-se por diferentes o facto de estarem disfarçados com máscaras alusivas a uma imagética algo surrealista). O som debitado através de programaçoes acompanhadas de uma guitarra faziam lembrar cenários algo oníricos. O "mundo" de Burbuja, assim definido pela "programadora" e vocalista da banda é algo complexo , mas que se vai assimilando bem.
Sexta (15)
- Sunn O))) (Live)
Espaço do EscenarioHall cheio. Ambiente denso, atmosfera lúgubre, sons escalofriantes. Experiência sonora diferente: muralhas constantes de ruído em transe (possível definiçao de "drone-metal"). Reverberaçoes transgressoras nao aconselháveis a ouvidos mais sensíveis. Toda uma experiência sensorial!
- Nicole Willis & The Soul Investigators (Live)
Senhora de uma grande voz soul. Ritmos negros em final de tarde com o público espalhado pelo "green" do CCCB. Piano a destilar notas da Motown, acompanhado por um quarteto de cordas eficaz.
- Beastie Boys (Live)
Basicamente o mesmo alinhamento do concerto apresentado dias antes em Portugal no festival Oeiras Alive, com a diferença de haver muito mais público na audiência. Talvez nao se justificassem (tal como no concerto luso) tantas músicas instrumentais do mais recente "The Mix-Up"... O resultado, esse, foi positivo atendendo à grande ânsia que o público tinha de ver uma das bandas que menos concertos dá fora dos E.U.A. Neste caso, foram dois (contando com a apresentaçao integral do último álbum instrumental na primeira noite do festival). Uma das bandas que a organizaçao há mais tempo queria trazer ao SÓNAR! Objectivo cumprido!
- Modeselektor DJ Team (DJ)
Techno minimal alemao (com alguns problemas técnicos à mistura). "Set" em tons progressivos (marca da dupla). Ironicamente actuaram após os Beastie Boys e a música "Sabotage" podia definir o que foi a prestaçao destes alemaes. Mereciam melhor.
Sábado (16)
- Devo (Live)
"Q - Are We Not Man? A - We Are Devo!". Tao simples quanto esta questao que dá título a uma das obras seminais da história da música! Estes senhores (com algum ar de reformados com casa em Miami) deram simplesmente o melhor concerto do SÓNAR 07. As palavras, nestas ocasioes, sao poucas para definir o que se passou em palco. Momentos altos (se é que houve outros momentos?!): "Whip It" (com a banda a justificar todos os pergaminhos que se lhe reconhecem); "(I Can't Get No) Satisfaction", essa grande versao melhor que o próprio original dos Rolling Stones (que dias depois encheriam outro espaço da cidade condal); "Freedom Of Choice" foi genial com uma entrega total da banda e o público a devolver toda a energia contagiante. O som esteve sempre irrepreensível, o que em muito ajudou a uma actuaçao para ficar na retina e nos ouvidos daqueles que a presenciaram. Voltem sempre!
- Mogwai (Live)
As paredes sonoras constituídas (por vezes) por um baixo e duas guitarras eléctricas continuam a nao deixar ninguém indiferente. Um autêntico monumento à instrumentalizaçao pura na sua melhor execuçao. Estes escoceses nao sabem dar um mau concerto!
- Matthew Dear's Big Hands (Live)
Um "live" em regime quase dub, toadas hipnótico-progressivas, a mostrar uma nova faceta deste DJ e produtor norte-americano. Aceitaçao razoável.
- Black Devil Disco Club (Live)
Uma actuaçao que foi mais uma sessao DJ assente em electrónica à base de programaçoes e teclados em tons progressivos e cheios de "groove". Uma prestaçao coesa, com potencial para mais, para mostrar todas as capacidades deste trio francês. Entre um Etienne de Crècy mais clássico e uns Digitalism mais conservadores (no bom sentido da palavra).
- Milky Globe (DJ)
A reter uma das "entradas" do festival com uma revisao actual do clássico da banda-sonora de "2001 - Odisseia no Espaço". Magistral!
- DJ Nu-Mark (DJ)
Liçao autêntica de como apresentar os verdadeiros clássicos às massas. Actuaçao em honra do velho "old-skool"! Irrepreensível tecnicamente, o senhor dos pratos que já acompanhou essa grande instituiçao do hip-hop, de seu nome Jurassic Five. Final apoteótico a pedir mais tempo de actuaçao.
- Round Table Nights (DJ)
Trio suíço de "mash-ups". Tiveram a tarefa difícil a de fechar o palco do SónarPark após a prestaçao avassaladora e brilhante de DJ Nu-Mark. Conseguiram trazer (ainda) mais frescura (numa altura em que já se vislumbravam os primeiros raios do sol) com clássicos directos para a pista de dança ocupada pelos mais resistentes. Destaque para os temas da escola "favela funk" (talvez uma das grandes pechas em termos de programaçao deste ano), a fazerem vibrar por completo os presentes. Uma boa descoberta em final de SÓNAR 07!
Balanço final: mitigado (actuaçoes boas encadeadas com outras de puro tédio e desinteresse). Um cartaz talvez dos mais fracos dos últimos anos (apesar de tudo, um cartaz que tem Beastie Boys e Devo nunca é de menosprezar, mas o todo foi um pouco desequilibrado). Para o ano há mais!

Thursday, June 21, 2007

(Pré)-SÓNAR 07

Festival por excelencia da música electrónica e da arte multimédia experimental, o SÓNAR é um dos acontecimentos musicais cada ano que se repete (já lá vao 13) e um marco incontornável de Barcelona. Para muitos é um festival moderno. Para outros é um pouco esquisito, apenas para conhecedores das novas tendências musicais. Para a grande maioria, o SÓNAR é a maior festa que se celebra em Barcelona em todo o ano. Este festival consegue movimentar ainda mais esta cidade, já por si recheada q.b. de eventos culturais; para além da programaçao estrita do festival, existe toda uma série de eventos paralelos (off-SÓNAR), que vao desde festas nas praias e nos diversos clubes da cidade, até ao anti-SÓNAR (realizado a algumas centenas de metros onde se realiza a parte nocturna do SÓNAR oficial). Difícil mesmo, só a escolha!
A ediçao deste ano apresenta a celebraçao do "acid-house" (datado do já distante ano de 1988), aqui reactualizado no "hype" da "new rave", como grande pano musical de fundo. Com tudo o que de discutível este último conceito tenha (e tem de facto), alguns dos nomes mais fortes (e confirmaçoes esperadas) fazem parte desta "nova" fornada de projectos. O SÓNAR, como grande devedor desse período de grande explosao criativa a nível musical no campo da electrónica, rendeu uma irónica homenagem icónica ao símbolo que melhor representou essa cultura: o "smiley".
Os grandes cabeças de cartaz este ano sao dois dos símbolos maiores da história musical das últimas décadas: os norte-americanos Beastie Boys e Devo.
Com quase 30 anos de carreira que falam por si só, o trio composto por Adrock, Mike D e MCA fazem da constante transgressao dos limites do hip-hop e do rap uma constante na sua obra (sao provavelmente a melhor banda que consegue agregar públicos tao distintos como os do rap e do punk, por exemplo).
Atente-se no seu último álbum "The Mix-Up" (em apresentaçao na primeira noite do festival), completamente instrumental e com alguns traços latinos, sem vocalizaçoes e sem os habituais "samples" e "scratches" marca da casa; na segunda noite, o concerto deverá ser recheado de êxitos (do calibre de "Sabotage" e "Intergalactic"), num registo "best of".
Quanto aos Devo, quarteto que já há 17 anos que nao actua na Europa, sao uma das referências maiores e uma das bandas que melhor faz a ponte entre a electrónica de recorte mais pop e o punk mais digital, ou seja, as raízes de muita "coisa" que por aí abunda como se de uma invençao se tratasse. Sem dúvida para aproveitar a presença única dos criadores dessa obra maior da música, chamada "Q: Are We Not Men? A: We Are Devo!", do já longínquo ano da graça de 1978.
Os Devo foram punks antes do punk existir. Sao o melhor grupo na palhaçada da história da música, mas uma palhaçada séria! Segundo o baixista Jerry Casale, "Sao uma piada séria, o que traduz o que a vida é na realidade". O seu conceito de "de-evoluçao" é o que se pode assistir na actualidade, ao contrário da expectável evoluçao. Este absoluto pessimismo quase nihilista é, no entanto, contrariado de certa forma com algumas das músicas mais irónicas e cheias de humor que os Devo legaram ao mundo musical, complementadas com alguns dos melhores vídeos jamais feitos (no que concerne ao humor latente, perceba-se). As músicas, nas actuaçoes dos Devo sao uma das partes do todo, constituído por uma "mise-en-scène" claramente estudada, imagens surreais como pano de fundo no palco, coreografias decididamente pouco convencionais e uma empatia clara com o público.
Tidos como uma das principais referências para projectos actuais como Booji Boy High (grupo paralelo aos Hot Chip), Foals, Shy Child, Hot Club de Paris e Polysics (estes últimos sendo quase uma banda-tributo, tal a semelhança sonora), os Devo sao "aquela" banda que muita gente gostaria de ter. Pioneiros da pop electrónica, os Devo vêm apresentar o seu som de pop sincopada, o funk de plástico, as suas vestes "radioactivas" e os seus chapéus em forma de vasos a um público sedento da sua presença (nao actuam na Europa desde 1990).
Outros nomes a ter em linha de escuta:
- Junior Boys
Senhores canadianos responsáveis por alguma da re-actualizaçao da pop electrónica, herdeiros directos da melhor tradiçao neo-romântica dos anos 80, com a grande diferença de tentarem encontrar novos ritmos de dança, com ecos na música "disco" cósmica. Junior Boys podem ser, nos dias que correm, os novos clássicos da cançao futurista.
- Narod Niki
Talvez um dos projectos mais misteriosos e radicais do SÓNAR 07, este colectivo de produtores da área do techno cuja identidade varia de actuaçao para actuaçao (sendo comandados por Ricardo Villalobos e Richie Hawtin). Improvisaçoes puras em directo assentes em estruturas de dança sem guiao determinado. Pode suceder qualquer coisa, incluindo dançar!
- James Holden
Dj de primeira água em registo de música para sonhar acordado, o patrao da Border Community sabe do assunto no que toca a temas sonoros na área da electrónica mais melódica.
- Piana
Vinda do Japao, traz consigo uma pop ingénua e extremamente doce. Para quem gostar da Björk mais infantil e de qualquer coisa dos múm.
- Night Of The Brain
Banda de Cristian Vogel (DJ vulgarmente conhecido por territórios do techno), onde apresenta um rock cheio de matrizes electrónicas.
- FM3
Projecto do músico francês Christian Virant, residente na China e inventor de um dos artigos sonoros do ano (a Buddha Machine, espécie de transístor que emite sons ambientais e que já se tornou moda para muitos músicos).
- (Showcase da editora Accidental)
Sem Matthew Herbert (presença habitual em ediçoes anteriores), este selo apresenta projectos centrados na fusao da pop e da electrónica, como The Invisible e Mica & The Cluster.
- Digitalism
Cheios de energia reflectida nas fortes bases do rock e da electrónica, estes alemaes fazem gala em recuperar os anos de glória da cena "acid" de Manchester.
- Sunn O)))
Provavelmente o grupo mais brutal (que provoca mais medo, entenda-se) de todo o cartaz, com excepçao talvez dos compatriotas Wolf Eyes. Fazedores de alguma da música mais estranha jamais feita (rock atmosférico com contornos satânicos??!!), com ritmos em regime de coma e atmosferas negras com guitarras agonizantes, densas demais para ouvidos (e corpos) sensíveis. Experiência única!
- Nettle
Sao o grupo em registo "ao vivo" do produtor DJ/Rupture (grande responsável pela pesquisa de alguns dos sons mais raros da electrónica) e de alguns músicos com residência em Barcelona. Breakcore em colisao com ritmos culturais do mundo globalizado.
-Skream
Um dos últimos "porta-estandartes" do movimento dubstep britânico, Ollie Jones (com apenas 21 anos) é já um dos valores seguros do género que tende a crescer até limites desconhecidos.
- Romantica
Talvez uma das presenças mais estranhas a deste grupo feminino japonês, que apresenta uma visao muito particular da pop mais dançável. Para além disto, há quem diga que sao praticantes de strip-tease profissionais e que fazem gala disso nas suas performances... Publicidade enganosa? A ver...
- Various Production
Dúo misterioso inglês, mistura folk com dubstep, o mesmo é dizer, ritmos lentos e hipnóticos de dub e trip-hop de uns Massive Attack, com cançoes de fogueira com lua cheia de uma Joanna Newsom (por exemplo).
- Matthew Dear's Big Hands
Novo projecto do maestro do techno Matthew Dear, que apresenta uma sonoridade próxima de uns Talking Heads mais dançáveis.
- Andy Stott
Uma das mais recentes descobertas em terras britânicas chama-se Andy Stott, praticante de um techno de frequências graves, sons delicados (por vezes) e algumas fricçoes com a música clássica, dao o mote para a actuaçao deste senhor de Manchester.
- Simian Mobile Disco
Este é o projecto de James Ellis e James Anthony, anteriormente chamado Simian. Sao fazedores do tal "rock raver", claramente indicado para este contexto. Em regime DJ, a dupla inglesa terá no seu álbum de apresentaçao "Attack Decay Sustain Release" um bom manancial de escolhas.
- Justice
É o projecto francês do momento (há já algum tempo, mais precisamente), constituído por Gaspard Augé e Xavier de Rosnay, considerados como os legítimos sucessores (ou seguidores?) dos conterrâneos Daft Punk. Requisitados por tudo quanto é projecto da área rock mais alternativa para ver as suas músicas transmutadas pelas suas maos (oiça-se "Never Be Alone" dos Simian que, depois de ser "tocada" por esta dupla foi o grande "hit" das pistas durante o último ano). Sao os grandes pontas de lança da editora Ed Banger, que alberga ainda outras jóias que irao apresentar as propostas mais hedonistas de todo o festival, seguramente.
- Dizzee Rascal
Este britânico irá apresentar o seu recente "Maths And English", álbum que vem cimentar o seu papel no som urbano mais eclético que tem chegado do outro lado do Canal da Mancha.
- Radio Slave
Projecto inglês de Matt Edwards que, a título de remisturas, já trabalhou com Kylie Minogue (que é para nao serem sempre os mesmos nomes da electrónica "snob" e "elitista" a figurarem por aqui!).
- Kode 9 & The Spaceape
Um dos projectos mais respeitados na área do dubstep, onde as raízes dos "soundsystems" jamaicanos se juntam despreocupadamente aos sons britânicos do 2-step. O resultado costuma ser algo explosivo.
- Altern 8
Pioneiros da "cena rave" inglesa mais contundente, Mark Archer e Chris Peat nao costumam passar despercebidos onde actuam.
- New Young Pony Club
Sao mais um projecto britânico a fazer da "fórmula mágica" (electrónica com guitarras) o seu "modus operandi". Costuma resultar em doses destiladas de suor nas pistas por onde passam.
Em termos de palcos, destacam-se os seguintes:
Dia:
- Hall (sem limite de décibeis, música electrónica de risco, entre o lúdico e o complicado; para ouvidos exigentes);
- Complex (só para os mais ousados, apresenta música feita à base de ruído puro, experimental, extrema, a que procura a estética mais complicada; para visitantes inquietos);
- Dôme (apresenta alguma da oferta mais arriscada em termos de aceitaçao; em plena praça do MACBA, o som propaga-se a todo o Raval sem fronteiras);
- Village (o espaço por excelência durante o dia, com o seu "relvado artificial" apresenta um ambiente de festa, onde a electrónica mais agradável para os ouvidos é servida em doses abundantes).
Noite:
- Club (é o cenário principal do SÓNAR e o mais grande também; com grande qualidade de som, este espaço alberga os principais nomes do cartaz);
- Park (centrado em sons mais negros e experimentaçoes à volta da pop electrónica);
- Pub (ao ar livre, este espaço é o ideal para as noites quentes que se esperam durante o SÓNAR);
- Lab (com programaçao mais experimental, é o espaço mais "especializado do festival à noite).

Petardos



PETARDOS

Escolher ao gosto do freguês!!!

SURTIDORES: Mini fuentes, Nit de les bruixes, Volcán, Volcan mágico, Super Volcán, Victoria e Font ARS
VOLADORES: Avejas, Aviones, Tornados, Tábanos, Cohetes, Cohetes rockets, Aviones paracaidas e Parapente

e ainda há Tracas e Ruletas!

Serei o único a achar insuportaveis estas explosoes!?

Tuesday, June 19, 2007

triple Bis

foi tudo bastante inesperado, de um mes para outro os idosos e os media deixaram de se preocupar com o comportamento incivico dos ciclistas. O rumor do uso de capacete obrigatório caíu por terra. Das luzes, matrícula e control de alcoolémia deixou pura e simplesmente de se falar. Coincidencia?! Compadrio político?! Um pouco das duas com certeza porque infraestruturas desta dimensao nao se fazem sem a conivencia dos que estao no poder.

Já passaram 3 meses, desde q a cidade se inundou de bicicletas vermelhas com brancos pára-lamas (já nao se chamam assim, também já nao há carreiros de terra-batida). A adesao foi imensa, ja contam com 50.000 utentes nestes 3 meses. Velhos e novos todos quiseram mostrar mais um cartaozinho electronico na carteira. E os passeios encheram-se de barras de ferro perfuradas com um obelisco electronico na extremidade.
O inicio foi um mar de rosas, máxima disponibilidade, sistemas de mudanças de ultima geracao, travoes que faziam envergonhar carros com abs, yuppies cheios de estilo com portáteis na cesta frontal. Os luso cépticos contrapunham com reticencias em conversas de café, os casos pior conseguidos como as Bicas de Cascais (que viram o desaparecimento de bicicletas obrigar a um estrito control de bilhetes de identidade num horario diurno bastante limitado e inadequado para profissionais) e Aveiro (onde a fé na boa-fé dos utentes resultou na destruiçao das simpaticas Bugas muitas delas mortas por afogamento nas profundezas da ria). Do outro lado, os optimistas exclamavam, aqui é que se faz um trabalhinho em condicoes, investiu-se em veiculos de qualidade, com peças robustas, munidos de parafusos sem ranhura e de encaixes anti-roubo. Claro está que os cépticos como cépticos só fizeram o cartao passados uns tempos e os optimistas à primeira oportunidade meteram 3 moedas de dois euros na ranhura da internet. Os optimistas estrearam veiculos: testaram travoes e mudancas e publicitaram as vantagens do novo transporte. Os cepticos talvez tenham entrado pós periodo de inflexao: a barra sem bicicletas disponiveis, o parking full, os travoes manhosos, as mudancas a travar a suavidade da bicicleta, banco solto e desconfortavel e o sistema informatico em manutencao q obriga a andar a circular pelas estaçoes Bicing, com o cronometro mental já nervoso ao melhor estilo voz do Iládio Climaco num cretino desafio de jogos sem fronteira!

Anseamos que a situacao se estabilize... já me custa decidir se entrar no escuro e fiavel metro ou exercitar as pernas arriscando dar ao pedal. Nao há só vandalos nem só visionarios... fica a tentativa de se construir um mundo melhor... Se a coisa nao se compuser, ja sabem, remendem o pneu da mountain bike na varanda e voltem à seca dos cadeados, já todos percebemos que dá para chegar ao destino a pedalar.

A Casa de Portugal em Barcelona envia-te a Beijing
Avenida Diagonal 3 de Julho de 2048

Monday, June 18, 2007

já sobravam poucos sítios públicos onde se pudesse folhear um livro e deixar que os olhos se fechassem para uma sesta reconfortante em transito.

pelos vistos a TAP quer ser pioneira em fazer das suas viagens um festival de toques polifónicos, de discussoes empreendedoras no banco de trás, de mamãs a dizer "-Vá fala com o papi e diz-lhe que estás por cima das nuvens" e de adolescentes a adptar 'toques' à cidade destino Yann Tiersen para Paris, Manu Chao para Barcelona.

robot child

continuamos no bom caminho... os nossos filhos ja nao vao aspirar nem passar a ferro.

Wednesday, June 13, 2007

Barometro

Bom: Portugália - Nem foi caro comprado no dia, no aviao iam 6 passageiros num curioso modelo de diminutas dimensoes, comeu-se sandes de atum e sumo de tomate compal servidas por 2 hospedeiras bonitas e simpáticas, as malas chegaram ao tapete antes dos passageiros.

Normal: Clickair - a 20 minutos da descolagem fez todos os possiveis para que eu entrasse a bordo suando e arfando, contudo dado o volume da bagagem foi impossivel (com bagagem de mao teria entrado).

Mau: Aerobus - os trajectos aerporto barcelona sao rapidos, depois da meia-noite o único transporte 'barato' para rumar à cidade. Contudo ontem caí nas teias de pensar que os timings se assemelhavam. 50 minutos Pl. Catalunya - Aeroporto. Mai mes!

Tuesday, June 12, 2007

Oeiras Alive! 07

Apontamentos sonoros do 3º dia (em jeito de sumário)...

- Beastie Boys
Grande expectativa (como tudo na primeira vez!).
Pose teatral, "look" estudado (muito na linha "Reservoir Dogs", que lhes assenta que nem uma luva). Som pujante, a prestaçao é agressiva e num ritmo imparável.
Momentos altos: "Root Down" e "Sabotage" (em final de concerto completamente punk!).
Momentos de quebra com as músicas instrumentais do novo "The Mix Up" (que seriam tocadas na Aula Magna no dia seguinte, pelo que nao era, de todo necessário...).
Respect!

- Matisyhau
Grande curiosidade para ver este rapper judeu em palco!
Prestaçao exímia, com "cheiro" a reggae misturada calmamente com hip hop.
A fórmula revela-se vencedora e é cativante para o final de tarde.
Público exulta com o êxito "King Without A Crown".

- Wraygunn
Grande confirmaçao (I)!
Apresentaçao do novo (e excelente) "Shangri-La", intercalado com temas dos dois álbuns anteriores.
Paulo Furtado (verdadeiro animal de palco, público e mesa de som), Raquel Ralha (destila charme em cada gesto e nota musical) e restante trupe devidamente afinada dao um concerto excelente que enche o Palco Secundário.
O mundo luso é pequeno demais para eles...

- Vicious Five
Grande confirmaçao (II)!
Rock visceral. Vocalista com uma presença a fazer lembrar outro grande vulto do rock, Roger Daltrey (vocalista dos The Who). Secçao rítmica avassaladora. Prestaçao fulgurante. Nota máxima. Concerto do dia??
Multipliquem a vossa música por esses ouvidos fora...

- Buraka Som Sistema
Grande festa! Desbunda total no palco e fora dele!
Sao grandes? Serao grandes? Nunca o serao? Nao interessa... O som está lançado ao mundo global e o resto dirá o tempo (e os contactos...). Glastonbury e Roskilde esperam por eles. Levem a vossa palavra e o vosso ritmo a novos mundos!

- Da Weasel
Mais do mesmo (o que nao significa necessariamente mau, mas algo gasto). Ponto alto: a colaboraçao com Matisyahu.

- Sam The Kid, The (International) Noise Conspiracy, Nigga Poison e Tora Tora Big Band: nao vi!

Nota em rodapé: Fred, baterista de profissao, membro de uma miríade de bandas/projectos, grande vencedor do festival (em termos de presenças em palco). Contam-se (por ordem aleatória): Buraka Som Sistema, Sam The Kid, Balla. A actuaçao com os Oioai foi cancelada por motivos familiares. Quem é bom, é bom!

Monday, June 11, 2007

Fictitious Blues

(Madrugada de Domingo) 7h43
A central dos bombeiros de Barcelona recebe uma chamada com um acidente envolvendo um veiculo estrangeiro que se incendiou num aparatoso acidente no montjuic.

8h11
O cenario é desolador, na neblina um carro americano (mais tarde identificado como um Chevrolet Nova SS Coupé com matricula holandesa) está parcialmente consumido pelas chamas no final da recta das piscinas Picornell. Os destroços de peças, vidros e plásticos cobrem uma área de 500 metros. Corpos jazem dentro e fora do veículo.

8h14
Testemunhas revelam que horas antes o veiculo tinha sido visto a circular a alta velocidade noutros pontos da cidade.

8h17
6 corpos encontrados sem vida, um sobrivente em estado muito grave seguiu na ambulancia, com colete vertebral e respiracao assistida. Nas multiples piruetas do capotar terao sido cuspidos outros 2 corpos, já que eram 3 os que se encontravam fora do carro sinistrado, perto do local onde aparecem os primeiros vestigios de despiste.

Lunes 11 de junho
(...)
O caso é fechado: ao todo 7 pesssoas de 27 a 40 anos foram encontrados no local (3 homens e 4 mulheres). Testemunhas oculares citaram ver o veiculo cruzar repetidas vezes o Montjuic alta velocidade, com um ensurdecedor ruído de motor e música alta. Esta prática de conduçao temerária foi também comunicada à central horas antes no miradouro do Tibidabo, Avenida Paral.lel, Gran Via, Praça da Catalunha e Via Layetana. As camaras de seguranca da Ronda Litoral na saída do Porto Olímpico registaram às 3h22 AM o veículo a 246km/h.

Na chegada ao local (8h00) foram encontrados 4 corpos carbonizados dentro de um chevy que se despistou sem envolver outros veiculos. 2 corpos mais jaziam a 56 e 72 metros respectivamente. E o único corpo com vida que permanece muitissimo grave no Hospital de Bellvitge encontrava-se a cerca de 100 metros do veiculo. O acidente deveu-se à colisao da roda direita, com a rotunda da subida para o miradouro - calcula-se que o veículo devesse circular a cerca de 230 km/h. 3 corpos terao sido cuspidos durante o capotar, num acidente sem marcas de travagem mas com destroços espalhados numa extensao de 400 metros.

Os vestígios de boémia eram evidentes, várias garrafas de whisky, cigarreiras, comprimidos, adereços de práticas sexuais: algemas, chicotes (objectos já reclamados pelo Bagdad como recordaçao das vitimas que lá trabalhavam Paulina, Amanda, Anna e Céline que entretanto foram identificadas). Todos deram positivos nas análises de alcool.

Sobre o paciente ainda internado em coma induzido, nao foi ainda identificado, trata-se de um homem de 32-35 anos, cabelo escuro, vestia na altura calças de fazenda pretas e uma T-shirt onde se podia ler The Legendary Tigerman.

Friday, June 08, 2007

Primavera Sound dos pobres

Aqui, tal como aí, também tivemos direito a uma pequena (pequeníssima) amostra de um dos melhores festivais da península.
Foi no Porto, na Casa da Música, que no passado dia 1 de Junho, alguns nomes ( essencialmente da electrónica e afins) passearam a sua classe por aquela, que é já considerada como uma das melhores salas de espectáculos do país.

Nomes que marcaram presença:

- Humbert Humbert
Entre a electrónica, a soul e algum punk futurista, esta dupla espanhola deu provavelmente o melhor concerto da noite. Dois gajos em palco. Uma guitarra que transpira decibéis em constante reverberação. Programações devidamente programadas em casa fazem o suporte musical. Um vocalista que deve ficar com as cordas vocais bonitas no final de cada actuação. Suor, muito suor. Na sala, no entanto, não se fuma (não se pode fumar). O ambiente é bom!
Para fãs de Pere Ubu, Suicide, Devo e The Fall (com as devidas diferenças, claro está).

- Ovni
Franca desilusão (se é que havia alguma ilusão).
Três argentinos e um catalão a tentarem fazer um rock cru, com matrizes melódicas e pouco coerentes.
Não há muito a acrescentar... Outras paragens justificavam a debandada.
O nome, esse, apenas faz lembrar odores gastronómicos algures na Rda. St. Antoni, num restaurante com buffet livre...

- Klaxons
Aqui, tal como aí, estes senhores também não poderam mostrar as razões pelas quais têm sido um dos hypes do ano, no que à indústria musical diz respeito.
Vieram apenas dois dos quatro elementos. O espírito futurista das sonoridades acid-rave, sci-fi e punk-funk fazem deste grupo um dos grandes fenómenos do momento. Seria a estreia em Portugal. Vai ter que ficar para o próximo Super Bock Super Rock (que tem, refira-se, um dos melhores alinhamentos dos últimos tempos).
Os dois Klaxons que vieram, esses, ao menos deleitaram-se com garrafas de Vinho do Porto, que foram bebidas generosamente enquanto se divertiam numa inusitada "jam" com os dois Shitdisco. Palhaçada fixe!

- Shitdisco
Para quem tinha assistido à performance "live" junto dos Klaxons, decerto que não esperaria a desilusão que foram estes dois escoceses em regime DJ7. Mau demais para aquilo que fazem enquanto remisturadores, a título de exemplo. Como banda ao vivo, têm a originalidade de tocarem com dois baixos eléctricos em palco, tendo chegado a actuar em túneis de caminhos-de-ferro desactivados.
A ver, mas noutro registo, seguramente.

- 6 PM
Em início de noite, esta dupla que veio da Galiza, mostrou uma capacidade de multi-instrumentistas muito boa, fazendo da junção de bases electrónicas com a pop ligeiramente experimental, o seu som predominante.
Para se ouvir, relaxado, enquanto se toma um café a olhar para a paisagem para lá da Casa da Música.

- DJ Zé Nora e Soft DJ
O Zé e o Soft, em registos diferentes, acabaram por ter saldos positivos, não tanto pela técnica apresentada, mas antes pela música seleccionada. Simples e eficaz!
Na zona do bar (sem fumo!) criaram um ambiente de festa sem grandes dificuldades.
Ah... não sei por onde andava o nosso amigo Rodrigo, mas acreditem que havia por lá um clone seu (difícil de imaginar, quanto mais de acreditar!).

E foi assim a única apresentação do Primavera fora de Espanha.
Para o ano é capaz de haver mais.

Venham o SONAR e o Summercase!

Thursday, June 07, 2007

Glucal de chocolate

de um lado o Paulo de Carvalho, coitadito, um gatilho popularucho da revolucao.
do outro a Euronews, colorida e multilingue
de guerras, expos e estádios controversos
que depois parem shoppings maus com livrarias boas
às quais se subtraem volumes
como uma modelo fotográfica que cheira mal de um sovaco, mas ao contrário portanto: e o sovaco afinal é a única coisa que daquele corpo cheira bem.
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Sinto-me confuso, Portugal é pequeno e de excentricidades comedidas mas afinal as coisas até saem boas e intemporais, como uma moto em cavalinho, que na ilegalidade do movimento conjuga a morte e a estagnaçao.
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Reinaldo Edgar de Azevedo e Silva Ferreira nasceu aqui, em Barcelona, em 1922 e foi um poeta português que escreveu toda a sua obra em Moçambique. O poema mais conhecido que nos deixou chama-se curiosamente Uma Casa Portuguesa que ficou célebre na voz da Amália.
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Já ouço o arranhar poeirento do vinil na agulha, escrevo-vos de um Imaculado IBook, nao de uma casa dos Mateus mas de um alpendre de Raul Lino, é verao e cheira a vinha. Curiosa esta garrafinha de ucal de chocolate, mil vezes melhor que o logo americanizado do catalao cacaolat.



Wednesday, June 06, 2007

fim da trégua

Border Issue

Jorge Leal
2006, 65x46 cm, oil on canvas, from Icons series

Highway + In the Dark by Sergei Dvortsevoy

Hoje às 22h00 no CCCB, imperdível.



Highway

Directed by Sergei Dvortsevoy
Kazakhstan 1999, 35mm, color, 57 min.
Kazakh with English subtitles

The highway of the title refers to a 2,000 mile stretch of dirt road in remote Kazakhstan. Along this route a traveling family circus journeys in their crowded hand-cranked bus, stopping in villages to perform feats of strength and skill. The filmmaker accompanies the Tadjibajevs, capturing their quarrels, performances, and intimate domestic moments. Observing their daily life in all of its routine and mystery, Dvortsevoy creates “a testament to the magical power of film to transport the onlooker into other lives and distant lands, to kindle contemplation, offer perspective and excite with the poetic beauty of exotic images” (Lawrence Van Gelder).


In the Dark

Directed by Sergei Dvortsevoy
Russia 2004, 35mm, color, 41 min.
Russian with English subtitles

Moving closer to the urban centers of Russia, Dvortsevoy turns his
camera on an elderly blind man living alone in the suburbs of Moscow. His one companion is a clever white cat who continually frustrates his work netting the string bags that he takes to the street to give away to passers-by. Unrelenting in its gaze and simple in its approach, In the Dark quietly reveals the profound pathos of solitude and isolation with humanity and tenderness.


micec

Micec Convida

Participaçao exaustiva de Portugal na Mostra Internacional de Cinema Europeu Micec'07, o programa completo pode ser visto aqui.


Dada a coincidencia das datas até parece ser organizaçao conjunta com o portugal convida.



(...)

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei
Mas sei
Que essa coisa é que é linda

Inquietação - José Mário Branco

Friday, June 01, 2007

lost in translation

LOST IN TRANSLATION (Hoje às 21h45)


Esta foto foi feita hoje às 5h43 da manha cá em barcelona. Nao é a Charlotte mas a própria Scarlet quando regressava de madrugada do Primavera Sound. Tentava ver o sol a sair do mediterraneo antes de repousar no leito. Gostou de White Stripes, mas tinha visto o Justice há pouco tempo e decidiu vir-se embora.

Nao entendo as luzes do camp nou acesas aquela hora - nada sustentável.

Hotel Rey Juan Carlos na diagonal, no horizonte L'Hospitalet...
Um grande número dos escravos portugueses que
tem sido referenciados a trabalhar para empresas espanholas são pessoas doentes mentais, ex-toxicodependentes ou com gravíssimas dificuldades de inserção social. Vítimas fáceis para todo o tipo de criminosos. Jornal de Notícias, 29/4/2005 >>
Riga continua com mao de ferro.

Começa-se a formar odiozinho de estimaçao